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O Assassino da Tesoura/ Arquivo Policial de Waddle Town

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 Seg 25 Dez 2017 - 16:40

Holas, buenas noches!

Motivado por conta do anúncio de ((Filme Live action de Detetive Pikachu, clique neste link -acessado dia 25/12/17 - )),  eu imediatamente lembrei da fanfic que anos atras eu acompanhei a postagem dela de 2009 a 2010, mas infelizmente o topico havia sido deletado por conta de um incidente infeliz... Enfim, primeiramente devo deixar claro (e anunciar) que todos os posts sao da autoria do autor - @Gabriel032 -, por conta disso, o merito é todo dele. Os posts serao feitos periodicamente, eu estarei de olho para poder ver os comentarios. A historia será exatamente a mesma postada. Apenas estarei devolvendo o topico no forum de fics que eu sinto saudades de vir aqui. Por hora tambem deixarei aqui neste post, o link da continuacao (direta) desta fic completada no O Assassino da Tesoura. O link é desta fic aqui:

http://www.pokemonmythology.org/t26782-o-misterio-na-mansao-samurott

Divirtam-se! (by Bakujirou)

Vindo diretamente do util tool da internet chamado web.archive.org recuperei uma fiction deletada do forum.
http://web.archive.org/web/20091116113557/http://www.pokemonmythology.org/fanfics-pokemon-f28/pokemon-o-assassino-da-tesoura-t3470.htm

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Temporada I - O Assassino da Tesoura

Bom, pessoal, vocês já me conhecem se leem a fanfic: A Lenda do Núcleo da Terra. Essa fanfic vai ser completamente diferente da minha outra, pois vai conter apenas pokémons, e vai ter um conteúdo mais pesado. Por isso gostaria de ouvir a opinião de vocês sobre a classificação indicativa da fanfic. Peço que votem na enquete. Eu até pensei em colocar 14 anos, mas nem eu, o autor, poderia ler...

Enfim, o modo de escrita também será diferente. Naquela eu usei o formato "teatro". Nessa vai ser a narrativa mais comumente usada, com travessão e outras características.

Então, fiquem com o capítulo 1. (by Gabriel032) 

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Capítulo 1 - O Primeiro Assassinato



Clefable se arrumava para a festa do ano. Ela era convidada de honra no Baile de Primavera no Clube do Yanmega, a boate mais badalada de Waddle Town, cidade onde morava.

A Clefable, muito ansiosa pela festa, colocou seu melhor vestido e seu par de sapatos mais caro. Depois de colocar um par de brincos com brilhantes, ela se sentiu pronta para arrasar na festa.

Ela era uma Clefable realmente muito especial. Além de ser alta para a espécie (quase um metro e sessenta) ela era Shiny. Era cobiçada por quase todos os pokémons machos adolescentes de onde morava. Na festa, ela encontraria suas duas melhores amigas Wigglytuff e Miltank, e as três dançariam a noite inteira. Miltank e Wigglytuff eras as princesas do baile, e Clefable era a rainha.

- Pai, mãe... Estou saindo!

- Tudo bem, minha filha. - disse Raichu, o pai da jovem Clefable.

- Volte antes das duas da manhã! - complementou sua mãe, outra Clefable, quando a pokémon fada saía pela porta da frente.

Clefable seguiu andando até o lugar mais perigoso da cidade: o beco dos Raticates. Era um beco pequeno e escuro, com vários esgotos, moradas de Rattatas e Raticates. Foi lá que ela ouviu um ruído; o ruído de um pokémon aparentemente grande e forte. Essa foi a última coisa que ela ouviu até uma tesoura brutalmente ser cravada no seu pescoço.

Na festa...

- Acho que a Clefairy está demorando muito! - disse Miltank, amiga da Clefairy, para a Wigglytuff ao seu lado. - Não é melhor a gente ir procurá-la?

- Boa idéia, amiga. Vamos logo.

As duas saíram da festa e seguiram o caminho que ia até a casa da Clefable. Elas passaram pela banca de jornais do Gengar, a mercearia do Tropius, e joalheria da Meganium e o shopping Irmãos Seviper, e todos os estabelecimentos comerciais estavam fechados. Não era apenas pelo horário avançado (eram 21h30), mas porque era um feriado em Waddle Town: Dia do São Kecleon, padroeiro da cidade.

As ruas estavam todas bem iluminadas, a não ser o beco dos Raticates, que como sempre estava escuro e deserto. Deserto a não ser por um corpo cor-de-rosa esticado no chão.

O grito das duas amigas cortou o silêncio da cidade de forma brusca; muitas janelas se abriram, mas nenhum membro da vizinhança conseguia ver o que Miltank e Wigglytuff viram: Clefable morta, caída no chão, com um único e preciso golpe na região do pescoço.

Na delegacia...

- Então é isso... Uma Clefable de dezesseis anos, sem inimigos, é encontrada morta do nada num beco? - perguntou o coronel Typhlosion a um de seus subordinados.

O coronel Typhlosion era, desde a morte do general Ursaring, que ocorrera há cinco anos, o chefe de polícia de Waddle Town. Tinha cerca de quarenta anos, e era um pokémon alto e meio gordo, tanto que sua farda já estava ficando apertada.

- São as únicas informações que eu tenho, senhor! - disse rapidamente a capitã Pachirisu, uma antiga funcionária da delegacia. - A garota foi encontrada morta ontem às 21h31min47s, por duas amigas da vítima!

Pachirisu, a terceira em comando na delegacia, era conhecida por suas decisões rápidas. Ela era a oficial mais rápida conhecida na cidade, e já prendera vários bandidos pelo fato de ter corrido muito mais rápido que eles. Ela falava depressa também, e muitas pessoas não conseguiam entendê-la.

- Certo, então... - resmungou Typhlosion - E quanto a doutora Blissey chega com o resultado da autópsia?

- Dentro de umas duas horas, senhor...

Eram 7h32 do dia 28 de setembro, uma terça-feira, e a delegacia acabara de iniciar suas atividades. A doutora Blissey era a médica mais conceituada de lá, e estava na carreira da medicina há vinte anos.

- E a família da moça, como está agora? - indagou Typhlosion.

- Eles estão por aqui, senhor... - respondeu a capitã - Já sabem de tudo, e estão inconsoláveis. O major Garchomp acabou de contá-los o ocorrido.

O coronel estremeceu. Fora uma péssima idéia do Garchomp informar a família da garota, já que o major era conhecido por sua falta de sutileza.

O chefe de polícia local se dirigiu até a sala de espera da delegacia. A mãe de Clefable se debulhava em lágrimas em um canto; o pai tentava ser forte, mas parecia prestes a ceder. E em outro canto estavam Miltank e Wigglytuff, ambas chorando histericamente.

- Hum... Eu poderia ter uma conversa com vocês dois?

Typhlosion sabia que seria extremamente difícil para os pais numa hora daquelas conversar sobre o crime, mas era necessário um depoimento. Os dois concordaram, e se dirigiram à sala do chefe.

Era um escritório imenso. Uma escrivaninha estava num canto, e sobre ela estava um computador, muitos papéis e uma caixa de rosquinhas de chocolate. Ao lado havia um enorme arquivo, e na parede completamente desocupada havia uma enorme TV de plasma. As paredes da sala eram pintadas de um tom muito forte de verde. Nela havia também uma janela, grande e coberta por uma cortina amarela.

O coronel mandou os pais da Clefable se acomodarem em duas cadeiras diante da escrivaninha, enquanto ele ocupou sua confortável poltrona vermelha atrás dela.

- Eu sei como vocês estão se sentindo - Typhlosion tentou puxar conversa.

- Não... Não mesmo... VOCÊ NÃO FAZ IDÉIA DO QUE ESTAMOS SENTINDO AGORA! - o Raichu começou a berrar, furioso, e levantou-se da cadeira - VOCÊ NUNCA VAI TER ESSA HORRÍVEL SENSAÇÃO DE PERDER UMA FILHA ADOLESCENTE! NÃO TENTE NOS ENTENDER!

A gritaria só fez a pobre mãe da vítima soluçar ainda mais histericamente.

- Eu sei, sim - afirmou Typhlosion, serenamente. - Perdi minha filha Bayleef, num acidente de carro, quando ela tinha 14 anos. E a mãe Meganium dela morreu de desgosto depois.

Diante desse fato, o Raichu se sentou novamente.

-Me desculpe... - balbuciou Raichu - Eu sinto muito.

- Não precisa sentir, foi há muito tempo, e eu não quero reviver isso. Mas eu preciso saber... Se sua filha tinha algum inimigo.

Naquele instante, os papéis se inverteram: enquanto Clefable parou de chorar, Raichu começou. A mãe, então, resolveu falar.

- Não... Nossa filha sempre foi um anjo, sabe... Ela nunca fez mal a ninguém...

- Ótimo - falou Typhlosion pacientemente. - Eu poderia falar agora com as duas amigas de sua filha?

Clefable concordou. Ela e seu marido Raichu voltaram à sala de espera, e Miltank e Wigglytuff foram até a sala do coronel.

As duas mal conseguiam andar de tanto que choravam. Logo quando se sentaram, elas desataram a falar.

- Quem fez isso com a nossa amiga? - indagou Miltank, histérica.

- Eu preciso saber... Clefable nunca faria mal a uma mosca! - exclamou Wigglytuff, que parecia prestes a se desidratar de tanto que chorava.

- Acalmem-se, garotas... - pediu o coronel. - Agora eu preciso saber: vocês conhecem alguém que não gostava de sua amiga?

- Linoone - disse Miltank.

- Perdão?

- Linoone! - Wigglytuff estava quase berrando - Uma garota da nossa escola! Aquela invejosa sempre detestou a Clefable, porque é feia e a nossa amiga sempre foi muito mais popular que ela!

- Ah... - o coronel se decepcionou. Duvidava que uma mera rivalidade entre duas adolescentes pudesse acabar em assassinato. Dispensou as duas garotas, e pouco depois o soldado Staravia veio anunciar que a doutora Blissey chegara.

A doutora mal conseguia passar pela porta, de tão redonda que era. Ela carregava uma prancheta, e parecia pronta para falar.

- Bom dia, coronel! - exclamou Blissey, com sua voz aguda e bem-humorada - Uma tragédia, o que aconteceu... O mundo está cada vez mais perigoso, nem as adolescentes escapam! Mas essa morte não foi por roubo, o que teria simplificado as investigações.

- Como você sabe que não foi por roubo? - indagou, estarrecido, o chefe de polícia.

- Qualquer leigo teria percebido - afirmou a doutora, com um tom de voz superior - Os brincos caríssimos da garota não foram levados. Continuando o laudo: o bandido realmente entendia o que estava fazendo, deve ter ficha policial.

- Por que sabia o que estava fazendo?

- Pois foi um único e preciso golpe no pescoço que matou a garota. O bandido sabia exatamente onde dar a tesourada, bem no meio da garganta.

- Tesourada? - o Typhlosion estava cada vez mais intrigado com a misteriosa leitura da doutora. - Como você tem tanta certeza do que aconteceu?

- É simples - continuou Blissey, sorrindo - O objeto perfuro-cortante que matou a Clefable tem o formato exato de uma tesoura, mais precisamente quando estava com apenas três milímetros de abertura. Dava para ver pelo formato da perfuração. E a garota foi morta entre as 20h40 e as 21h05. Quem matou tem que ter muita força física e braços.

- Como assim? O golpe não poderia ter sido dado com poderes psíquicos?

- Não, coronel. A marca é característica de um golpe infligido fisicamente.

O laudo terminara. A doutora Blissey se retirou do local, e pouco depois disso a capitã Pachirisu entrou na sala, com o jeito apressado como sempre.

- Coronel, coronel... O que aconteceu? O que a médica disse? Quem matou a garota? Que horas são?

- Calma, Pachirisu. São 10h05 minutos, não sabemos quem matou a garota, e eu não faço a mínima idéia do que aconteceu. Por enquanto só prepare suas energias, avise os outros funcionários da delegacia do caso e compre uma caixa de rosquinhas. A investigação vai oficialmente começar!

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Vou continuar a postar por aqui os capítulos assim que eu puder. Eles já foram publicados no outro fórum mas estou colocando aqui também para quem ainda nao conheceu a fiction.

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Capítulo 2 - Interrogando a Vizinhança



Naquele momento, o coronel Typhlosion era atacado por uma intensa dor de cabeça. O último assassinato que ocorrera em Waddle Town fora há cinco anos antes, e esse era o caso mais difícil que a cidade já vira.

Ele sabia que deveria seguir a regra das 48h, depois disso não teria muitas chances de descobrir nada. Mas o caso virara uma questão pessoal: ele estava condoído pelo que os pais da jovem vítima estavam passando, e agora ajudá-los era sua prioridade.

Depois de comer toda a caixa de rosquinhas trazida pela dedicada capitã Pachirisu, Typhlosion se levantou e se dirigiu ao escritório ao lado, que era ocupado pela capitã, além do major garchomp e o tenente Toxicroak.

A sala era bem menor que a dele, mas mesmo assim acomodava tranquilamente a mesa dos três subordinados do coronel e um enorme arquivo a um canto. A pintura da sala era de um branco básico, e a cortina de um azul-claro simpático.

- Bom dia, coronel! - cumprimentou energicamente o tenente Toxicroak - Caso complicado, esse, não é?

- Fique quieto, Toxicroak! - repreendeu Garchomp de maneira superior, como lhe era peculiar - Como ousa se referir ao coronel dessa maneira animada mediante uma situação desse nível? Atitudes como essa podem resultar em uma advertência, sabia?

- Quieto, Garchomp. - o coronel já estava cansado da arrogância e do abuso de poder do Garchomp, então não queria mais ouvir nenhuma crítica dele em relação aos seus subordinados. - Bom dia, tenente. Esse é o caso mais complicado que já enfrentei em toda a minha carreira. Pode ser muito cedo para falar, mas acho que ele vai nos dar um bom trabalho. Falando nisso, Toxicroak, quero que você vá junto comigo para interrogar a vizinhança.

- Ah, por favor! - bufou Garchomp - Por que ele e não EU?

- Porque a personalidade dele é muito mais agradável, e ele sabe convencer as pessoas a revelarem as coisas. Pachirisu, não convoquei você pois já deve estar ocupada o bastante com o caso do roubo da joalheria da Meganium.

- Sim, sim, estou - falou Pachirisu - Muito obrigada por não atrapalhar minhas investigações, senhor!

- Certo, então. Vamos, Toxicroak.

O coronel, acompanhado pelo tenente, saiu pelas ruas da cidade. Ninguém que estava fora de casa sabia de nada, a não ser uma afoita Sableye, que andava rapidamente pela rua com uma sacola de compras.

- Eu vi, eu vi... - começou a Sableye, logo que o tenente a perguntou se ela avistara algo de anormal no dia anterior no beco dos Raticates - Mas será que eu falo... Ah, meu Deus, eu tenho medo...

- Tudo bem, minha senhora - tranquilizou-a Toxicroak - Pode falar sem medo, nada vai acontecer com você.

Typhlosion realmente admirava o dom de Toxicroak de acalmar as pessoas e fazer com que elas falassem tudo o que sabiam. O coronel achava que numa situação daquelas apertaria o pescoço da mulher até ela desabafar.

- Tudo bem, então... - Sableye respirou fundo e começou sua história. - O quarto do meu filho tem uma janela, que tem a vista para o beco dos Raticates. Eu estava arrumando a bagunça do Sableye Jr., meu filho único, quando eu vi uma jovem e alta Clefable passando pelo beco. E ela parou. Então algo me disse que ia acontecer alguma coisa... Eu tenho muito medo dessas coisas, senhor, então eu me abaixei. Uns dez segundos depois eu olhei de volta e vi o cadáver da garota!

A mulher desatou a chorar. O Toxicroak, então, se ajoelhou e colocou uma de suas mãos no ombro de Sableye, e disse:

- Muita calma... Mas minha senhora, por que não telefonou à polícia?

- Porque se tem uma coisa que eu temo mais que bandidos é a polícia, senhor...

Depois de encerrar o interrogatório com a problemática Sableye, o coronel e o tenente continuaram andando pelas ruas. Não encontraram nada de interessante. Dois ou três cidadãos tentaram inventar histórias só para ver se ganhavam alguma recompensa pela informação, mas o Typhlosion afastou todos eles com o lança-chamas.

- Bando de palhaços... - bufou Typhlosion - Nós aqui penando para interrogarmos todo esse pessoal, e eles contando essas histórias da carochinha...

Foi dito aqui que eles não encontraram nada de interessante. Bom, eles não encontraram nada de interessante até a hora em que Typhlosion se apoiou num poste na rua e disse:

- Não aguento... Mais... Vamos voltar para a delegacia...

- Calma, coronel - falou Toxicroak - Falta apenas uma casa, olhe lá!

- Ah, se a gente não achou nada de interessante até agora, não vai ser na última casa que acharemos...

- E se for lá o lugar da pista-chave do caso, senhor? - supôs Toxicroak, quase saltando de entusiasmo - Algo me diz que é lá, senhor!

Praticamente arrastado pela insistência do tenente, Typhlosion se dirigiu até a última casa da cidade.

Era uma casa extremamente velha. Era feita de madeira, e parecia ter no máximo quatro cômodos.

Dez segundos após eles baterem à porta, apareceu um velhíssimo Noctowl.

- Bem vindos à minha casa... - disse o Noctowl, num tom de voz que dava a impressão de que ele desaprendera a falar - Meus filhos, dois Pidgeottos, estão na escola agora, e minha esposa Pidgeot está na casa de uma amiga dela, a dona Ninetales. Estamos sozinhos aqui.

O Noctowl disse para eles se acomodarem, então os dois sentaram-se em duas cadeiras velhíssimas, e logo depois o Noctowl ocupou uma terceira cadeira, carregando uma bandeja com chá e biscoitos. O interior da casa não era tão velho assim; as madeiras na parede pareciam mais resistentes.

- Em que posso ajudá-los?

- Bom... - começou o Typhlosion - Queríamos saber se você viu algo ontem há noite.

- Curioso... - admirou-se o Noctowl - Quando estava fazendo minha ronda noturna, sobrevoei o beco dos Raticates exatamente às 21h02min. Eu vi um vulto se afastando rapidamente do beco e sumindo pelas sombras, e o cadáver de uma garota Clefable estirado no chão. Curioso, resolvi ficar por lá, e vi então duas outras garotas, uma Miltank e uma Wigglytuff, se minha visão não me enganou. Elas chegaram e começaram a gritar feito duas loucas. Depois meu turno acabou e eu voltei para casa.

Os dois ficaram estarrecidos com a informação que receberam. Se tudo que o Noctowl estava dizendo fosse verdade, eles acabaram de determinar a hora exata do crime.

- Mas... - o Toxicroak mal conseguia falar - Como assim, sua ronda? E você se lembra como era esse vulto?

- Não me lembro, realmente - o Noctowl começou a rir discretamente - Minha visão não é tão boa quando antigamente, rapaz. Embora eu seja bem esperto, por isso que a polícia me contratou como um dos vigias noturnos.

Depois do depoimento do velho Noctowl, o coronel e o tenente voltaram para a delegacia, e informaram para Pachirisu e Garchomp o que ouviram.

- Impressionante - começou Pachirisu - Realmente impressionante, senhor, e agora? O que fazemos? Como vamos continuar com a investigação?

- É óbvio - falou Garchomp - Agora EU vou interrogar a vizinhança, eu sou o mais competente para isso.

- Nem pensar - cortou o coronel - Agora chegou a minha hora favorita nas investigações: elaborar a lista de suspeitos.

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Capítulo 3 - A Lista de Suspeitos e o Segundo Crime!



Typhlosion, apesar de ter mais trabalho que jamais tivera em sua vida, estava extremamente animado. A construção da lista de suspeitos, para ele, era a parte mais divertida de qualquer investigação.

- OK, então... - disse ele, sorrindo, olhando para a agitada capitã Pachirisu a sua frente - Pachirisu, por favor, chame a Doutora Blissey até aqui.

- Sim senhor, senhor! - exclamou a Pachirisu, correndo em direção à sala de espera. Cerca de quinze segundos depois, ela voltou correndo - Senhor, ela já está vindo, senhor!

Um minuto depois, a Blissey chegou, mal conseguindo passar pela porta do escritório como sempre.

- Me desculpe pela demora, coronel! - ela falou, sentando seu largo corpo sobre a cadeira diante da escrivaninha de Typhlosion - Minha filha Chansey está até agora comemorando a morte da garota!

- Comemorando? - indagou o coronel, abismado - Por que comemorando? Isso não é certo!

- É lógico que não é! - exclamou Blissey - Mas ela e a Clefable não se davam muito bem na escola! Segundo minha filha, a Clefable e suas amigas enfiavam a cara dela na privada todo dia, além de ridicularizar a pobre garota. Mas eu disse que isso não é motivo para comemorar a morte de ninguém!

- Está certa você. Agora vamos ao que interessa. Eu te chamei aqui... - ele respirou fundo - Para me ajudar a formular a lista de suspeitos.

- Ah, eu entendo. - a Doutora se ajeitou na cadeira - Pelas características do crime, não é?

- Exatamente! - o Typhlosion pareceu satisfeito de não ter que explicar para a Blissey sobre o motivo do pedido da visita. - Você disse que a tesourada foi feita com mãos, ou seja, sem poderes psíquicos nem nada que caracterizasse uma cauda, por exemplo.

- Isso mesmo. E outra característica marcante: o pokémon assassino não poderia ser um Luckitung, por exemplo, que não tem muita força nos braços, apesar de sua poderosa língua. Muito menos um Chimecho, que quase não tem mãos. O homicida tem braços fortes, e tem mais de 1.5m, porque o modo pelo qual o golpe atingiu a pobre Clefable indica que o pokémon tem que ser igual ou maior que ela, para acertar a garganta dela com a maior facilidade.

- Entendo... - falou o coronel, fitando os olhos de Blissey. Mas ele não estava entendendo nada. Não fazia idéia de como uma médica poderia precisar tantos dados assim sobre o assassino.

- Podemos começar, então? - perguntou a doutora, animada - Você tem um controle da população no seu computador, não é?

- Tenho, logicamente - Typhlosion abriu o aplicativo que controlava a população - quais dados eu devo anotar...?

- OK, aí vai: o suspeito deve ter pelo menos 1.5m, ter força física, ficha policial e ser macho.

- Como assim? - interrogou o coronel, intrigado - Não entendi a ficha policial e o pokémon ter de ser macho...

- A ficha policial - começou ela irritada - É porque o pokémon sabia o que estava fazendo. Então anote: ficha policial por homicídio, agressão ou sequestro. E o fato do assassino ter que ser macho é que uma fêmea dificilmente conseguiria dar um golpe com essa força.

- Tudo bem, então... - o chefe de polícia ficava extremamente irritado quando alguém o tratava como uma criança, e era isso que Blissey estava fazendo - Aqui temos uma pequena lista com sete suspeitos: um Machamp, campeão de luta livre e preso por sequestro há quatorze anos atrás; um Hitmonchan, um Hitmonlee e um Hitmontop, três irmãos acusados de assassinatos em série. Nada foi comprovado contra eles, os três foram liberados por falta de provas, porém a ficha deles consta aqui. Os primos Hariyama e Ursaring, dois homens que foram presos por agredir oito outros homens num dia que foi bem estressante para todos aqui na delegacia, porém eles só ficaram presos por 72h. E finalmente Muk, um serial killer internacional. Ficou preso por 30 anos, eu mal tinha meus quinze anos quando ele entrou na cadeia. Agora está tão velho que é difícil fazer alguma coisa, mas mesmo assim é melhor não descartá-lo.

- É verdade - confirmou Blissey - Ainda mais que o corpo de um Muk seria bem propício para escorregar por aí, depois de ter cometido o crime. Certo: sete suspeitos, e nenhuma testemunha para reconhecê-los. Estamos sem sorte, mesmo...

- É. Eu poderia até chamar um Noctowl que eu interroguei ontem, mas não adiantaria nada... Ele só viu um vulto...

A Blissey saltou da cadeira, demonstrando-se impressionada. Em seguida, sorriu para ele, e disse:

- Aha! Parece que nós demos sorte! Esse Noctowl pode ser a peça-chave do caso!

- Duvido muito. Como eu já disse, ele só viu um vulto, sem forma definida.

- Mesmo assim! - a Blissey parecia eletrificada, com muita energia reprimida se soltando - Ele pode reconhecer a forma do vulto!

Depois de muita insistência por parte da Blissey, o coronel convocou os suspeitos e logo após, o Noctowl. Os suspeitos não faziam idéia do motivo de estarem lá, mas o Noctowl olhou pelo vidro (que para os bandidos, era um espelho) e logo disse:

- Senhor, eu não te disse que eu não vi nenhuma forma? Só vi um vulto, e uns minutos depois fui embora.

Typhlosion lançou um olhar carregado de rancor para a Blissey e dispensou o velho pokémon. Porém a porta da sala onde os suspeitos estavam não fora totalmente fechada, e todos eles tiveram a oportunidade de ver o Noctowl... O rosto de todos se encheu de profundo ódio, como se eles achassem que estavam lá por causa da velha coruja...

- Viu o que você causou? - o coronel estava extremamente irritado com a médica - Agora o pobre Noctowl é odiado por oito bandidos! Está satisfeita?

- Mas eu só quis ajudar! - a doutora estava indignada com a atitude do chefe de polícia - Eu só quis te ajudar!

- É, essa é a natureza das Blisseys... Tentam ajudar, mas só fazem besteiras...

A médica ficou indignada com o comentário do coronel,mas Typhlosion fingiu que não falara nada, e os suspeitos foram liberados.

Duas horas depois, após as considerações finais do dia, Blissey e todos os subordinados na delegacia foram liberados, deixando o coronel sozinho por lá.

- Ah, foi um dia exaustivo... - suspirou Typhlosion - Mas agora eu posso... Voltar para casa...

Porém, a satisfação do coronel logo foi interrompida: um Drapion desembestado entrou na sua sala com tanta pressa que derrubou as duas cadeiras. Ele foi seguido por uma aparentemente temperamental Vespiquen.

- Socorro! - berrou o Drapion - Socorro, essa mulher maluca quer me bater! Ela vem me agredindo há cinco meses, desde que eu me casei com ela! Prendam essa maluca, por favooor!

- Cale a boca, seu imbecil! - exclamou a Vespiquen - Se você apanhou, é porque mereceu!

- Então, um caso de violência doméstica para encerrar o dia... - o Typhlosion estava extremamente irritado, e estava disposto a prender a Vespiquen, mesmo que não tivesse motivos concretos - Mas você sabia que isso é um crime, não sabia?

- Cale a boca, seu coronel velho! Você já devia ter se aposentado, sabia?

- Viu como ela é maluca? - choramingou o Drapion - Olha esses machucados aqui! E veja se eu não digo a verdade...

Na pele roxa de Drapion estavam vários hematomas.

- Então eu ordeno a prisão preventiva dessa moça! - exclamou o coronel - Guardas, podem pegá-la aqui. Vou para casa agora! Que ninguém me incomode mais!
- Gabriel032 10/11/2009 21:04

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Capítulo 4 - E o Caso se Complica


A tarde fora realmente muito exaustivo. Mas Typhlosion sabia que o dia seguinte não seria muito melhor, já que ele teria que iniciar o caso da Vespiquen agressora, mas se ela confessava o crime não demoraria muito para ser transferida para um presídio.

Deitado em sua confortável cama, o coronel pensou... A Vespiquen era uma potencial suspeita para o caso. Ela era fêmea, e normalmente sua espécie não era muito forte. Além de tudo, a mulher não tinha ficha policial. Mas ele tinha certeza que alguém com a personalidade tão raivosa e que era capaz de fazer um estrago daqueles no marido podia muito bem ter se irritado com a jovem Clefable...

Uns trinta segundos depois de ter concluído seu raciocínio, o velho chefe de polícia foi derrotado pelo sono. Ele dormiu, se preparando para mais um exaustivo dia de investigações...

Para sua irritação, o Typhlosion foi acordado às cinco da manhã por alguém histericamente insistente que tocava a campainha de dez em dez minutos. Quando abriu a porta da frente, que tinha uma bela vista para uma praia local, não viu nada. Porém, ao olhar para baixo, avistou a capitã Pachirisu, cheia de energia e disposição como sempre.

- Bom dia, Pachirisu... - resmungou o coronel, mal-humorado.

- Bom dia, bom dia, senhor! - exclamou a Pachirisu, mal conseguindo manter os pés no chão de tanta histeria - Aconteceu algo muito, muito estranho, senhor! Mais um assassinato!

- Mais um... Assassinato? - o cérebro de Typhlosion não estava funcionando direito ainda, ele sempre ficava assim quando não acordava naturalmente - Ah... Como assim? Quem morreu?

- Um velho Noctowl, senhor!

De repente, Typhlosion se sentiu como se tivessem jogado água gelada no seu rosto. Repentinamente seu cérebro começou a trabalhar mais rapidamente que nunca... Claro, ele não devia ter seguido o conselho daquela maldita Blissey...

Logicamente, a doutora só quisera ajudar, mas ela era só uma médica... Não compreendera o perigo de oito criminosos verem um Noctowl que depusera sobre o caso. Agora qualquer um dos oito poderia ter matado a velha coruja, já que nenhum deles fora preso preventivamente...

O coronel correu para o seu quarto, e trocou de roupa numa velocidade tão incrível que parecia quase tão agitado quando Pachirisu, que não conseguia se conter e ficava dando pequenos saltos enquanto aguardava seu chefe. Por fim, os dois saíram na viatura que pertencia à capitã. A viagem foi extremamente desconfortável, já que o carro fora adaptado para o tamanho de Pachirisu, então Typhlosion teve que ir deitado no banco traseiro, com as pernas (mínimas) encolhidas.

O cadáver estava na frente da mercearia do Tropius, um dos centros comerciais mais antigos e respeitados da cidade. O Noctowl estava com uma expressão serena, como quando Typhlosion o vira pela primeira vez. O coronel sentiu muita pena daquele senhor, e principalmente do resto de sua família: uma Pidgeot, dois Pidgeottos e um bebê Pidgey.

- Como eu vou sustentar minha família? - lamentava-se a Pidgeot, enquanto se debulhava em lágrimas. Seus dois filhos Pidgeottos demonstravam a mesma reação, chorando desesperadamente. O bebê Pidgey, porém, não sabia o que estava acontecendo, então mantinha um sorriso infantil inocente...

- Quem contou para eles o que aconteceu? - perguntou o coronel, já imaginando a resposta.

- O Garchomp - lamentou-se a Pachirisu - Me desculpe, senhor, mas ele foi o primeiro a saber do que aconteceu, e você sabe como o Garchomp é: às quatro da manhã foi na casa do Noctowl contar à família do assassinato, com a sutileza de sempre...

Após soltar um enorme suspiro, o coronel foi em direção à Pidgeot, e disse: - Sinto muito pelo que aconteceu, dona... Você deve estar sofrendo muito.

- E estou, mesmo! - desabafou a Pidgeot - Ainda mais aquele seu funcionário lesado! Aquele Garchomp sem sentimentos bateu na porta da minha casa de madrugada e disse: "Escuta aqui, seu marido morreu!". Imagine como uma mãe de família se sente ao ouvir isso!

- Eu sei... Mas fique tranquila, senhora. - o Typhlosion sorriu - Tenho certeza que a senhora vai arrumar um ótimo emprego, e vai conseguir sustentar sua família.

- Obrigada pelo apoio, mas sejamos realistas! - guinchou a mulher - Alguém como eu, sem experiência nem especialização!

- Calma, mamãe! Nós dois podemos trabalhar depois da escola! - exclamou um dos Pidgeottos, confiante.

- É, mamãe! - foi a vez do que aparentava ser o mais jovem dos dois falar - Eu e meu irmão podemos trabalhar, sim, já tenho 12 anos!

A mãe se emocionou e abraçou os dois filhos, com o Pidgey em seu colo. O Typhlosion ficou contemplando o amor em família daquelas pessoas, e sentiu saudades dos seus tempos de casado... Ele decidiu ajudar ao máximo aquela família. Não queria que acontecesse com eles o mesmo que acontecera com ele mesmo, sozinho no mundo com a morte de sua filha, e logo depois de sua esposa...

- Pachirisu, vamos para a delegacia - disse o coronel - Isso não me agrada, mas vamos ter que chamar aquela Blissey abominável de novo... Não gosto nem de pensar.

Mas eles não precisaram chamá-la: logo que chegaram na delegacia, viram a Blissey na sala de espera, acenando para eles pela porta de vidro. O coronel bufou e chamou a médica para a sua sala.

Quando chegaram, Blissey já se sentiu em casa: pelas visitas frequentes, ela já estava acostumada a sentar-se sem ser convidada.

- Então... - o coronel acomodou-se na sua poltrona - A senhorita já viu o cadáver?

- Já, mas só por uns cinco minutos. Mesmo assim, eu posso dizer uma coisa: as mesmas características do crime da Clefable. Um único golpe bem direcionado na garganta, com uma tesoura, infligido fisicamente.

- Droga, e eu pensando que a Vespiquen podia ser uma suspeita... Mas os crimes podem não estar interligados...

- Vespiquen? - a Blissey não conseguia entender o que ele estava falando - Quem é essa? E é claro que os crimes estão interligados.

O Typhlosion contou a história do dia anterior. 

- Bom, ela pode ser uma suspeita - considerou a Blissey - Mas esse crime é interligado com o outro, com certeza.

- Me desculpe, mas quem é o investigador aqui? - irritou-se o coronel.

- Mas EU sou uma médica, e eu sei quando dois homicídios são cometidos da mesma maneira. Além disso, a Vespiquen pode ter um cúmplice aqui fora, mas isso é improvável - disse a Blissey - Já que os dois assassinatos têm características idênticas...

- Então será que eu libero a mulher?

- Mas ela não cometeu violência doméstica também? - indagou a Blissey - Mantenha a tal Vespiquen presa, só para garantir. Quem confirma que ela não teve envolvimento com o crime? Além disso, o tal Drapion não gostaria muito de ver a esposa agressora solta...

Depois do fim da conversa com Blissey, o coronel ordenou uma prisão preventiva contra os oito suspeitos do dia anterior. Todos declaravam abertamente que não tinham nada a ver com o crime, mas Typhlosion não os ouviu, e atirou todos na cadeia. Após tudo isso, dez e meia da manhã, ele finalmente foi tomar o café. Estava faminto: se o dia começara daquele jeito, como terminaria?

Então ele teve uma idéia: chamou Pachirisu, Toxicroak e Garchomp, colocou todos os suspeitos (inclusive Vespiquen) na sala dos interrogatórios. Então, disse: - Vocês todos, é o seguinte: vocês todos são suspeitos do assassinato da Clefable e do Noctowl.

- Repete o que você disse! - exclamou Vespiquen, indignada - Eu posso bater no banana do meu marido, mas não teria motivo algum para matar aquela adolescente!

- Calada, Vespiquen! - exclamou Garchomp - Não se complique mais ainda! Você já está presa por violência doméstica, quer se encrencar por desacato à autoridade também?

No fundo, Typhlosion gostou da atitude de Garchomp, mas preferiu não demonstrar isso.

- Então - continuou o coronel - Eu vou soltar todos vocês. Mas se um novo crime ocorrer, vocês serão os primeiros suspeitos. Agora sumam daqui antes que eu mude de idéia.

Typhlosion permitiu a saída de todos, até da Vespiquen.

- Mas senhor, senhor - começou a Pachirisu - O senhor não devia ter liberado a Vespiquen, senhor!

- Calma, Pachirisu - o coronel falou, serenamente - Isso é um teste. Se mais um crime ocorrer... Eu saberei exatamente o culpado.
- Gabriel032 11/11/2009 15:09

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Capítulo 5 - Casos Relacionados: O Sumiço
Há dois dias tudo estava calmo em Waddle Town. Como Typhlosion suspeitava, nenhum crime ocorrera desde que ele havia proposto o teste aos suspeitos.
Às oito horas da manhã, como de costume, o coronel chegou à delegacia. Seus subordinados chegariam meia hora depois e aquela era a hora certa para o início do expediente, mas o chefe da delegacia gostava de aparecer por lá antes, pois assim poderia colocar todas as queixas recebidas por e-mail em ordem.
Era uma inovação em termos de queixa, proposta pelo próprio Typhlosion: as pessoas que não poderiam ir até a delegacia para fazer uma queixa, como uma mulher que sofre violência do marido, faziam a denúncia por internet. O atendimento para essas denúncias normalmente funcionava das 8h30m até às 21h30m. Uma mulher acuada pelo marido não poderia se expor na delegacia, e a internet era um modo fácil e rápido de se comunicar com um oficial de polícia.
Não existiam novos e-mails na caixa de entrada, mas dez minutos depois de sua chegada apareceu alguém em sua sala.
- Mas tão cedo... - resmungou o coronel, antes de se dirigir à visita - Olá, doutora. À que devo a honra da visita?
- Poupe suas falsidades, coronel. Vim falar com você por um motivo bem sério.
- Muito sério? - Typhlosion começou a se interessar - Mas o que poderia ser sério o suficiente para fazer a senhorita vir aqui nessa hora?
- Bom, é o seguinte... - começou a médica - Meu expediente começa às seis da manhã, normalmente. No caminho eu vi uma coisa realmente esquisita, que me fez vir aqui umas cinco vezes antes de encontrar a delegacia aberta.
- Mas o que seria tão importante?
- Uma parede no Beco dos Raticates... Bem, é melhor você ver pessoalmente.
Conduzido pela doutora, o coronel saiu pelas ruas da pequena cidade. Nenhum centro comercial estava aberto, com a exceção da mercearia do Tropius: seu alto dono iniciava as atividades do dia cedo.
- Bom dia, coronel! - exclamou Tropius, sorrindo. - Bom dia, doutora.
- 'Dia - respondeu Typhlosion, não tão simpático assim.
- Bom dia, Tropius! - disse Blissey com a mesma animação de Tropius. - Você podia me dar umas cerejas, por favor? Coloque na minha conta.
- Certamente, senhora! - o dono sorridente da mercearia entrou na loja e logo voltou com um saco cheio de cerejas - Um quilo está bom?
- Ótimo! Muito obrigada, Tropius!
- Não precisa agradecer! - Tropius voltou ao balcão da mercearia, se preparando para atender os primeiros clientes do dia.
- Ótimo - resmungou Typhlosion, irritado - Você me diz que o assunto é seríssimo, mas tem tempo para comprar umas cerejas...
- De qualquer jeito chegaremos lá, não? Quer umas cerejas? - logo a área ao redor da boca de Blissey estava cheia de manchas da fruta.
- Não estou com fome, obrigado...
O caminho até o Beco dos Raticates não era grande, então logo chegaram lá. Então o coronel teve uma surpresa.
Na parede do fundo do beco, que era estreita e suja, havia uma figura. Ela provavelmente era feita com spray. Nela havia um retângulo, com seis pequenos quadradinhos. Ali era onde estava a parte mais assustadora da figura.
Nos dois primeiros quadradinhos estavam as figuras de Clefable e Noctowl, ambas com um "X" vermelho em cima. A terceira imagem era de Sableye. A quarta era de Toxicroak, a quinta de Blissey e a última... Do próprio coronel.
- Quem... Quem faria isso? - indagou o coronel, estarrecido.
- Eu não sei, mas aquela Sableye está em perigo! - a Blissey se demonstrava extremamente nervosa, o que era cômico, pois permanecia a mancha de cereja ao redor de sua boca.
- E Toxicroak também! Eu e você não escapamos, tampouco! - eram raríssimas as ocasiões em que Typhlosion era visto com tanto medo e nervosismo como naquele dia. - Mas por que raios Toxicroak? Por que não Pachirisu ou Garchomp? Não há diferença entre eles em termos de informações sobre o caso!
- Vai ver - disse a Blissey - Que ele sabe mais do que revela. Melhor chamá-lo, assim ele vê a parede com seus próprios olhos.
O coronel pegou seu celular e ligou para o número de Toxicroak.
- Olá, coronel! - disse o Toxicroak - Estou dirigindo, indo para a delegacia, então se puder ser breve...
- Venha para o beco dos Raticates o mais rapidamente que puder! - exclamou Typhlosion, e logo em seguida desligou o celular. - E por que não viemos de carro?
- Eu estava tão apressada que esqueci do carro! - falou Blissey. - E foi melhor virmos a pé, assim eu comprei umas cerejas!
Para a surpresa do coronel, o saco de frutas que a doutora comprara estava vazio.
- Uau, não me admira que a senhora esteja desse tamanho.
- O que você quis dizer com isso? - perguntou a Blissey, indignada.
O momento só foi interrompido porque, naquele momento, Toxicroak chegou. Ele rapidamente saiu do carro e bateu à porta.
- O que aconteceu, senhor?
- Olhe isso, Toxicroak...
O coronel conduziu o tenente até a pintura na parede. Os olhos dele se arregalaram conforme se moviam para contemplar toda a mensagem.
- Isso é assustador! - ele recuou uns dois metros - Temos que ir até a casa daquela Sableye imediatamente!
- Era isso que eu estava pensando! - exclamou o coronel - Vamos logo, Blissey!
Depois de cinco minutos de tentativas fracassadas, Blissey conseguiu entrar (de lado) no banco traseiro do carro, e eles partiram em direção à casa da Sableye. Quando tocaram a campainha, um garoto atendeu, e eles logo souberam que era o tal filho da Sableye. A mulher tinha uns 50cm, e ele não passava da metade do tamanho. O garotinho usava um par de óculos com aros pretos, e assim como a jovem Clefable que fora assassinada dias antes, era shiny.
- Olá - cumprimentou o Toxicroak, simpático como sempre - Você por acaso seria o filho da Sableye que mora aqui?
- Sim, por quê?
- Espere um pouco... Você é shiny! - o coronel e o tenente encararam Blissey com um olhar de "não-estrague-as-coisas-sua-anta".
- Sou - confirmou o garotinho, orgulhoso - Você sabia que a população shiny do planeta aumentou em 35% nos últimos cinco anos? É isso que o Censo desse ano diz.
O Sableye tinha uma aparência inteligente. Chamou os três para entrarem, e revelou ter oito anos e estar na quarta série, pois fora pulado um ano.
- Escute aqui, rapaz... - Typhlosion queria usar o máximo de sua sutileza - Sua mãe está aqui?
- Não, infelizmente... - a expressão do garoto se entristeceu - Meu papai morreu quando eu tinha dois anos, e minha mãe cuida de mim sozinha. Mas ela não aparece desde ontem à noite... Mas ela volta. Todos sempre voltam, não é mesmo?
Typhlosion, Toxicroak e Blissey saíram da casa do garoto, então.
- Vamos até o Silver Lake - disse Typhlosion, decidido.
- Mas por que, senhor? - interrogou o Toxicroak.
- Não faz o menor sentido! - exclamou a doutora - Vamos procurar pistas nos lugares em que a Sableye vai, e...
- Não discuta, Blissey - o coronel se irritou. Afinal, não era ele o chefe de polícia, e ela uma mera médica? - Minha intuição investigativa diz que temos que ir até lá.
Logo quando chegaram ao lago, perceberam por que o coronel estava com uma sensação estranha sobre o lugar: a poucos metros da margem boiava o cadáver da Sableye.
- Eu sabia! - exclamou o coronel - Eu tinha certeza que isso aconteceria!
Eles chamaram, com sigilo, uma ambulância: não queriam que o caso vazasse pela imprensa naquele momento. Em seguida Typhlosion foi à delegacia, pois esperava os resultados do exame da insuportável Blissey no corpo.
Ao entrar em sua sala (o Toxicroak ganhara um dia de folga; podia muito bem ser a próxima vítima, e precisava de um tempo para reorganizar as idéias), o coronel jogou seu casaco num canto do escritório e se sentou em sua poltrona, pensativo. Poucos minutos depois, um ruído característico de correria o informou que Pachirisu estava indo para sua sala.
Dito e feito: a agitada capitã saltitava, excitada, procurando saber o que acontecera.
- Senhor, senhor - ela mal conseguia falar de tão agitada - O que aconteceu, senhor?Quem morreu?
- Uma Sableye - resmungou Typhlosion - Chame o Garchomp aqui, quero contar tudo para vocês...
O coronel relatou a história para seus subordinados, e em seguida esperou até o meio dia para almoçar. À uma da tarde, quando voltou ao escritório, Blissey o aguardava, sentada na cadeira em frente à escrivaninha.
- Algo inesperado, coronel! - Typhlosion estremeceu: se ela começara a falar de maneira tão agitada, não valia a pena aguardar boas notícias - O crime foi muito, mas muito diferente mesmo dos outros!
- Como assim? - indagou Typhlosion, se sentando em sua poltrona.
- Não foi apenas um golpe, foram vários! - guinchou a doutora - Eles não foram infligidos fisicamente, mas sim psiquicamente, ou seja, à distância! E o pior de tudo: o crime não foi cometido com uma tesoura, mas sim com um punhal!
- Droga! - exclamou o coronel - E eu queria trazer aqueles malditos suspeitos de volta para a cadeia, mas não posso! Tecnicamente, pelo seu diagnóstico, não posso comprovar o envolvimento deles!
- Isso é o pior! Agora estamos sem suspeitos!
De longe, aquele fora o pior dia de investigações para o coronel: o pobre Sableye seria levado para adoção, e a imprensa cairia em cima do chefe de polícia como um bando de chacais furiosos. Depois de dispensar Blissey, ele se sentou, pegou uma xícara de café e resolveu pensar.
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Capítulo 6 - Casos Relacionados: Onde Está Toxicroak?



Typhlosion podia ter um cérebro extremamente dotado de inteligência, porém na maioria das vezes seu raciocínio era muito lento. Ele colocou açúcar no seu café, e começou a rever mentalmente o caso...

Três assassinatos. O criminoso sabia que a Sableye testemunhara, então deveria ter algum contato na polícia. Era impossível que trabalhasse com Typhlosion, pois o coronel se orgulhava de saber onde seus funcionários estavam (quase) 24 horas por dia.

Então o chefe de polícia chegou à uma conclusão: Toxicroak corria sério perigo. O tenente teria que tomar extremo cuidado, pois até o presente momento o criminoso seguira a ordem daquele terrível desenho numa das paredes do beco do primeiro crime.

Decidido, Typhlosion se levantou e saiu da delegacia. Porém voltou para dentro uns dois segundos depois. Inúmeros repórteres estavam por lá, segurando seus microfones com os símbolos das emissoras de TV. Mas o coronel não podia deixar aquela massa de sanguessugas o assustar, pois já enfrentara ataques como aquele antes. Respirando fundo, ele abriu novamente a porta e foi para fora.

Instantaneamente dezenas de pokémons segurando microfones, sem contar com os câmeras que rodeavam o local, saltaram em direção a ele. Uma Lopunny e uma Gardevoir guerreavam para entrevistá-lo primeiro.

- Saia da frente, perdedora! - exclamou a Lopunny - Nós da RWTV ganhamos na audiência há muitos anos!

- O que é isso? - a voz da Gardevoir era serena, porém ameaçadora - Sou da RicWT, a TV de primeira! À caminho da liderança!

- Com licença, coronel! Sou a Lopunny, do Plantão Waddle de Notícias! Poderia me dar uma palavrinha?

- Saia da frente! Sou a Gardevoir, do Jornal Recordista. Posso entrevistar o senhor?

- Tenho três palavrinhas para vocês duas - falou Typhlosion, irritado - Vão se f****.

Ele disparou seu Lança-Chamas para o alto, o que assustou todos os repórteres. Em seguida entrou em seu carro, e não pôde nem abrir o vidro, já que muitos membros insistentes de telejornais continuavam tentando entrevistá-lo.

- Bando de cães sarnentos - resmungou, enquanto rumava em direção à sua casa - Desgraçados, se eu não fosse policial já teria matado todos eles.

O coronel estava tão ansioso para repousar tranquilamente em sua casa que chegou aos 140km/h enquanto dirigia. Como resultado, em poucos minutos estava diante dos imponentes portões do seu lar.

Typhlosion, ao entrar em seu carro, jogou a jaqueta da polícia longe e se deitou em sua cama. Após poucos segundos adormeceu, embalado pelos confusos pensamentos em relação àquele estranho caso...

Não era bom para o coronel dormir fora do horário normal; ele desaprovava completamente aquele comportamento, pois achava que apenas os vagabundos que não trabalhavam conseguiam tempo para aquilo. Outro motivo pelo qual Typhlosion não gostava do hábito era o jeito que ele acordava depois de uma tarde de sono: completamente grogue, como se tivesse bebido dez litros de aguardente.

Porém o coronel não despertou naturalmente: duas horas depois do início de seu sono, o telefone tocou. Typhlosion era acordado muito facilmente, portanto atendeu no quarto toque.

- Alô, coronel, senhor! - disse uma voz do outro lado da linha - Onde está o senhor, senhor?

Era uma experiência terrivelmente desagradável falar com a apressada e excitável Pachirisu no telefone: ela conversava de maneira rápida demais para ser entendida, ainda mais quando não se conversava pessoalmente com a capitã.

- Fale, Pachirisu. Estou em casa. Onde mais estaria, se atendi o telefone daqui?

- Senhor, senhor, aconteceu algo estranho, senhor! - ela estava ainda mais agitada que o normal - Ele desapareceu, sumiu, senhor!

- Como assim? Quem?

- O Toxicroak, senhor! Ele sumiu do mapa, senhor!

O coronel saltou da cama. Porém caiu no chão logo em seguida, pois ainda estava meio tonto.

- Como assim?! - pela primeira vez, ele se sentia mais agitado que a Pachirisu - Capitã, como assim?

- Saiu para o almoço, senhor, e não voltou, senhor!

- Estou indo para a delegacia, Pachirisu! - O dia de Typhlosion estava terrível. Ele provavelmente apareceria falando aquela palavra obscena para as duas repórteres em todos os telejornais, e seu oficial favorito na delegacia desaparecera.

Bom, ainda não era certo... Ele poderia ter algum problema em casa que o fizera se atrasar...

Mas ele logo se acalmou: o Toxicroak só estava trabalhando naquele dia porque queria, mesmo. O coronel dera a ele um dia de folga, e talvez ele resolvesse colocar isso em prática apenas depois do almoço...

Então Typhlosion se atirou na cama de novo, pegou o telefone e discou o número da delegacia.

- Major Garchomp falando.

- Olá, Garchomp. Tudo bem por aí? - indagou o coronel, já sabendo a resposta.

- Oi, coronel. Poderia estar melhor, com certeza - resmungou o major - A Pachirisu está completamente histérica, mas que o normal, se você me entende. Ela cismou que o Toxicroak desapareceu, e não vai desistir dessa idéia até que ele chegue aqui amanhã, com o sorriso de sempre.

- Era sobre isso que eu queria falar. Avise a capitã, por favor, que eu não vou voltar para a delegacia hoje. - pediu Typhlosion.

- OK, chefe. Bom descanso.

Ele desligou o telefone. Ficou pensando por mais dez minutos, então programou a TV para ligar na hora do Plantão Waddle de Notícias e dormiu novamente.

Foi acordado pela televisão, ao ouvir o barulho da vinheta do telejornal. Um Cubone estava atrás do balcão.

- Boa noite - disse o Cubone - Eu sou William Cubonner, o apresentador do PWN. Hoje a notícia destaque é sobre o caso do Assassino da Tesoura. Enquanto o povo da cidade passa por uma época de desespero e ansiedade, o coronel da delegacia local não ajuda, gastando seu tempo para falar palavras obscenas para uma de nossas repórteres.

O coronel suspirou. Aquela era a hora.

A televisão transmitiu a cena em frente à delegacia, com ênfase ao momento em que Typhlosion falava:

- Tenho três palavrinhas para vocês duas: vão se f****.

- Logicamente isso é uma vergonha para a cidade - continuou Cubonner - Esperaríamos, normalmente, mais profissionalidade de um chefe de polícia local.

O coronel desligou a televisão, e quase a quebrou quando atirou o controle dela direto na tela LCD.

- MALDITOS! - berrou ele. Em seguida, olhou o relógio. Eram 20h30min. Typhlosion adormeceu novamente. Ele não era tão preguiçoso, mas aquela investigação era a mais cansativa que ele já enfrentara.

Acordou às seis e meia da manhã, morrendo de fome. Quando terminou de esvaziar a geladeira de sua casa, às sete e meia, foi para o banho, e chegou na delegacia às oito e quinze.

Pachirisu e Garchomp, para a surpresa do coronel, já estavam lá.

- Bom dia. - falou ele - O que vocês estão fazendo aqui? Normalmente só eu chego antes das oito e meia...

- Estávamos preocupados com Toxicroak, senhor, senhor! - exclamou Pachirisu, saltitando de ansiosidade.

O coronel olhou para Garchomp. Ele podia ter aquela aparência de durão, mas no fundo estava preocupado com o colega.

- Eu... Me preocupei também, um pouquinho...

E eles esperaram. Toxicroak não chegava. Às dez horas ocorreu uma idéia ao Typhlosion.

- Já volto, pessoal - e saiu pelos corredores da delegacia.

- Mas onde diabos ele vai? - perguntou-se o Garchomp.

- Não sei, major! Talvez o coronel tenha ido procurar Toxicroak!

Ela estava parcialmente certa: o coronel se dirigiu até o beco dos Raticates, e olhou para a gravura na parede.

Estava absolutamente igual ao dia anterior, exceto pelo fato de que havia um "X" vermelho em cima do desenho do tenente.

Desolado, Typhlosion fez seu caminho de volta à delegacia. O melhor oficial da cidade estava oficialmente desaparecido.

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Capítulo 7 - Mais uma Testemunha


O caso estava ficando cada vez mais sério. Typhlosion previa que faltava pouco para os homicídios de Waddle Town tornarem-se de âmbito internacional, mas ele não podia fazer nada. Sem pistas e com mais crimes era praticamente impossível prosseguir na investigação.
O coronel sabia que seria difícil contar para Pachirisu e Garchomp que Toxicroak estava realmente desaparecido. E pior ainda seria falar a verdade para Blissey, que provavelmente seria a próxima vítima.
E o pior de tudo era que ele não tinha provas contra os oito suspeitos, todos soltos por aí, e provavelmente um deles era o culpado de tudo o que estava acontecendo.

- Pessoal - começou ele, ao chegar na delegacia - Toxicroak está realmente desaparecido.

As reações dos dois oficiais foram muito diferentes. Garchomp meramente arregalou os olhos, enquanto Pachirisu subiu na mesa do coronel e começou a saltitar mais do que nunca.

- Eu não disse, senhor, senhor - Typhlosion não fazia idéia de como ela conseguia saltitar, correr pela mesa e falar ao mesmo tempo - Eu sabia que tinha algo de errado, senhor!

- Pachirisu, não dá pra eu me concentrar com essa sua hiperatividade! - reclamou Garchomp - Coronel, como o senhor pode ter tanta certeza?

O coronel começou a contar a história do desenho na parede.

- Então aquela Blissey corre grave perigo! - o major parecia bem agitado também - Ela vai precisar de escolta policial para cada movimento que for executar!

- Eu vou falar com o sargento, senhor! - a capitã saiu correndo da sala, e vinte segundos depois trazia um velho Stantler.

- Por que o senhor me chamou, coronel? - a voz do sargento era irritantemente devagar. Era impressionante vê-lo ao lado da agitada Pachirisu, os dois opostos.

- É o seguinte - começou Typhlosion - A doutora Blissey parece estar em grave perigo. Quero que você mande uns três soldados, que estão sob o seu comando, para escoltá-la, seja onde ela for. Certo?

- Sim, senhor... - o Stantler saiu vagarosamente da sala.

- E vocês dois... Me deem licença por um instante, por favor. Preciso pensar...

Como sempre, demoraram uns cinco minutos até Typhlosion começar a articular seus pensamentos. Eles voltaram à estaca zero... Aquela era a investigação mais intrigante e complicada que o coronel já tivera.

Mas era óbvio! Sempre que é impossível encontrar uma solução difícil para um caso mais difícil ainda, a verdade se está na frente do nariz...

Porém os pensamentos do coronel foram interrompidos pela chegada de alguém. Era aquele mesmo Drapion, que sofrera de violência doméstica.

- Pois não? - indagou o chefe, irritado.

- Socorro! - exclamou o Drapion - Minha esposa, estou desconfiando dela...

Parecia ser interessante! O Typhlosion se endireitou na sua poltrona e preparou-se para escutar.

- Ontem à noite, coronel... Eu vi, pela janela do nosso quarto, a Vespy...

- Vespy? - perguntou o coronel.

- E assim que a chamo, senhor... - o Drapion corou - A Vespy, minha esposa, carregando um saco preto! E ela não deixou na frente da casa, como faria com o lixo, mas ao lado da nossa casa! No Beco dos Raticates!

O coronel saltou da poltrona, interessado.

- Um saco preto... Vocês moram ao lado do Beco dos Raticates? Vamos fazer a prisão preventiva dessa mulher agora! Preciso que alguém chame a Vespiquen...

E a chamaram. A Vespiquen entrou furiosa na sala.

- Seu corno! - exclamou ela - O que você veio falar de mim agora?

- De ontem à... Corno? COMO ASSIM? - perguntou o marido, indignado.

- Eu tenho um amante há anos, seu TROUXA! - exclamou - O seu melhor amigo, o Venomoth! Ele é meu amante!

- Sua vaga...

- Calados! - Typhlosion conseguiu impor respeito. Em seguida, se virou para a mulher, que estava furiosa - Seu marido disse que viu a senhora carregando um saco preto de aparência suspeita ontem à noite.

- Aparência suspeita? - virou-se para Drapion, que estava igualmente furioso - Era o saco de lixo, seu IDIOTA!

- ISSO NÃO É LUGAR DE BRIGAS DE CASAL! - irritou-se Typhlosion. Aquela investigação era dificílima, e era ótimo descontar sua raiva em alguém - E seu marido me informou também que a senhora não parou na frente do latão de lixo! Garchomp, leve essa mulher até uma cela!

O major algemou Vespiquen e a levou até uma das celas da delegacia.

- Obrigado, senhor... - agradeceu Drapion.

- Não precisa agradecer. E da próxima vez que você e sua esposa maluca transformarem minha sala no lugar de "Casos de Família" ou coisa parecida você vai preso também! Agora suma da minha frente!

Depois de mandar o Drapion para fora da sala, Typhlosion tinha um turbilhão de coisas para pensar.

Toxicroak poderia muito bem estar dentro daquele saco de lixo - ele era pequeno, não passava de 1.3m de altura. Vespiquen era forte, aguentaria facilmente o peso dele.

Tudo se encaixava perfeitamente... Vespiquen, temperamental como era, seria facilmente irritada por uma jovem Clefable. Poderia tê-la assassinado. Em seguida matou todos que testemunharam para o caso, provavelmente mataria também seu marido se estivesse solta.

Só existiam dois furos na teoria: ela não possuía nenhum contato na polícia, não que o coronel soubesse. E não tinha motivo para matar Toxicroak. Mas poderia existir uma explicação, Toxicroak poderia dar informações a ela, porém saberia demais, e seria aniquilado...

De repente, um assomo de inspiração invadiu o coronel, que foi até a sala que Toxicroak ocupava junto com Pachirisu e Garchomp.

- Sim, senhor! - exclamou Pachirisu - Quer alguma coisa, senhor?

- Não, Pachirisu - respondeu - Só vim ver a mesa do Toxicroak...

E o coronel logo achou algo de significativo: no fundo da gaveta havia um papel, colado com fita adesiva. Nele estava escrito algo... Typhlosion começou a ler.

"Caro coronel,

Sei que estou em sério perigo. Então resolvi dizer tudo o que sei sobre o caso aqui, nesta carta.
Vespiquen é a assassina. Eu tenho passado informações valiosas a ela sobre a polícia, pois ela é minha meia-irmã. Drapion, marido dela, é cúmplice. Com certeza ela irá querer se livrar de mim, então deixo isso por escrito.
Adeus,
Toxicroak."

- Valeu, Toxicroak! - exclamou o coronel - Com muita sorte, o caso poderá ser encerrado ainda hoje!

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Capítulo 8 - Mais Dúvidas e Incertezas


Typhlosion estava simplesmente eufórico com um provável desfecho do caso. Porém ele não podia deixar de pensar... Como Toxicroak saberia de tudo isso antes de desaparecer? Pachirisu e Garchomp leram a carta, também, e tinham opiniões completamente diferentes.

- Senhor, isso é ótimo, senhor - dissera Pachirisu. - O caso está quase fechado! Chegamos ao fim desse mistério, senhor, pode ter certeza!

- Sei lá, hein... - duvidara Garchomp. - Mas como o tenente saberia de tudo isso que ele disse? Os assassinos simplesmente contaram para ele? E como ele sabe de tantos detalhes de tudo? E como ele seria meio-irmão da Vespiquen e nós não saberíamos disso? Sabe, mesmo que for verdade tudo o que ele disse, ele é um traidor e eu não gosto nada disso...

O coronel detestava o pessimismo de Garchomp, mas não podia deixar de pensar que ele tinha uma certa razão. Aquela história toda, apesar de boa, era realmente muito suspeita.

- Relaxe, coronel - disse Pachirisu, após ouvir as preocupações do chefe - Senhor, o Toxicroak era confiável, senhor! Tudo o que ele disse deve ser verdade, senhor!

- Aham, ele era extremamente confiável... - debochou o major - Tanto que passou, supostamente, informações da polícia para aquela Vespiquen psicopata. Uma atitude completamente honesta e confiável, eu botaria a mão no fogo por uma pessoa delas.

- Quietos! - ordenou Typhlosion - Os dois tem uma certa razão. Eu sempre confiei muito em Toxicroak, ele era um ótimo oficial, mas essa carta que ele nos deixou, se é que foi ele, é muito suspeita mesmo. Não é uma base suficientemente forte para se encerrar o caso, mesmo sendo útil. O que devemos fazer é continuar com nossa investigação da maneira que ela é, além de procurar pistas e testemunhas de acordo com o que Toxicroak disse.

- Com licença, senhor - começou Pachirisu - Vou convocar uma reunião com os nossos subalternos, senhor, tudo bem, senhor?

- Sim, Pachirisu... Ajude-a, Garchomp... Agora quero ficar sozinho...

O coronel fez uma coisa que não fazia há tempos: ao chegar em sua sala, pegou seu MP3 e seus fones de ouvido, colocou a música mais light que tinha e sentou-se, reclinando a poltrona, com os olhos cerrados...

O caso nunca estivera tão claro em sua mente. Ainda mais com a carta de Toxicroak. Levando em base o que ele dissera, estava muito fácil entender o motivo das palavras dele naquele pedaço de papel...

Mas ele ainda não diria para ninguém a resolução do caso. Nem para Pachirisu, para Garchomp e muito menos para a doutora Blissey, aquela mulher detestável...

Typhlosion adormeceu tranquilo, pensando que não teria mais problemas com aquele caso...

Quando abriu os olhos, a histérica Pachirisu saltava sobre sua mesa, e corria de um lado para o outro da sala.

- Pa... Pachirisu? O que você está fazendo aqui?

- Uma tragédia, senhor, senhor! - exclamou a capitã, ainda correndo pela sala - Pelo amor de Deus, senhor, venha cá agora!

O coronel saltou da cadeira. O que teria acontecido daquela vez?

Mas quando chegou na sala de espera, onde Pachirisu queria levá-lo, teve uma baita surpresa. Viu a doutora Blissey chorando histericamente, sentada em um dos sofás.

- Doutora! - exclamou Typhlosion - O que aconteceu?

Blissey se virou para ele. Seus olhos estavam vermelhos e inchados. Então, ela respondeu:

- Minha filha foi assassinada!

Typhlosion soltou seu corpo, deixando-se cair em outro sofá. Aquilo não poderia estar acontecendo. Não naquele momento.

- Assassinada? Assassinada como?

A doutora se levantou, indignada.

- Você queria que eu... Que eu examinasse... O cadáver da minha própria filha? Seu... Seu... Desumano! Canalha!

- Não, é claro que não! - defendeu-se o coronel - Eu só tinha pensado que... Que outra médica poderia examinar o corpo dela!

Nisso, a Blissey voltou a chorar. O chefe de polícia teve vontade de fazer a mesma coisa, pois com aquele homicídio o caso se embaralhava novamente.

Vespiquen não poderia ser culpada naquele momento, a não ser que Drapion realmente fosse seu cúmplice, e matasse a garota por ela. Isso se fosse considerada verdadeira a carta de Toxicroak, e o coronel tentava evitar fazer isso, pois não queria deixar que a emoção obscurecesse a razão.

- E por que diabos a senhora veio aqui para reclamar? - mesmo diante de uma mãe passando por uma situação de enorme dor, Typhlosion não se controlaria. Queria descontar sua raiva, sua falta de tempo livre e seu estresse todo em cima daquela pobre mulher.

Blissey olhou para ele com a expressão mais odiosa que Typhlosion já vira. Em seguida seus olhos brilharam e o coronel foi arremessado na parede por um fortíssimo ataque psíquico. Pachirisu ficou extremamente furiosa. Faíscas começaram a sair de suas bochechas, e ela avançou em direção a doutora.

- Pachirisu... - resmungou o coronel, enquanto escorregava pela parede em direção ao sofá - Não faça nada...

- Mas... Desacato a autoridade, senhor!

- Não, deixe-a...

- Com licença, seus... Incompetentes! - exclamou a médica, antes de pegar sua bolsa e sair decidida da delegacia.

- Ela deveria ser presa, senhor! - afirmou a capitã, depois que Blissey saíra da delegacia e Typhlosion se recuperara da queda.

- Não, Pachirisu, deixe assim... - o coronel estava todo dolorido; a batida na parede fora muito dura - Eu sei o que ela está passando. Eu não deveria ter falado aquilo...

Quando Garchomp descobriu o que acontecera (na hora do ocorrido, ele estava almoçando), se indignou mais que Pachirisu: pegou seu distintivo e ia saindo da delegacia.

- O que você vai fazer? - indagou o coronel.

- Vou achar essa v**** da Blissey e fazê-la engolir esse distintivo!

Pachirisu caiu na risada.

- Faça isso mesmo, major! - exclamou a capitã.

- Nem pensar! - disse o coronel energicamente.

- Desacato à autoridade é imperdoável! Aquela gorda idiota vai ver, agora!

- Calma, Garchomp... Não há necessidade nenhuma de fazer isso. Eu mereci o que tive e, se é que a doutora fez algo de errado, o destino vai acabar por castigá-la.

Só depois disso o major se tranquilizou e voltou ao trabalho.

Ao retornar para sua sala, Typhlosion se jogou em sua poltrona. Teve vontade de se matar, pois tivera toda a certeza da resolução do caso antes do último crime...

Não fazia o menor sentido a pequena Chansey ser assassinada, nenhum mesmo... A não ser que...

Dez minutos depois, o coronel chamara aquelas duas amigas da Clefable: Wigglytuff e Miltank. Quinze minutos após a chamada, elas estavam lá.

- Vocês sabiam - começou ele - Que a Chansey que estuda junto com vocês foi assassinada?

As duas ficaram de boca aberta.

- Chansey... - recordou-se Miltank - Aquela garotinha gorda e chata da nossa sala, não? Não posso dizer que foi algo triste que aconteceu, mas sei por que nos chamou. Não tenho nada a ver com o crime, coronel.

- Nem eu! - a Wigglytuff começou a ficar nervosa - Eu nunca mataria aquela gorducha desgraçada!

- Vocês tem certeza? Muito bem, podem ir, então, mas eu saberei se fizerem algo de errado...

O coronel ficou mais desolado que nunca. A investigação nunca estivera tão complicada. Mas ela poderia piorar, como Typhlosion descobriria no dia seguinte...

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Capítulo 9 - Mais Uma Surpresa


No dia seguinte, o coronel aprenderia a regra geral de uma investigação, que poderia também ser aplicada em qualquer outra ocasião: tudo que está ruim pode piorar.

Antes de dormir, ele vira os telejornais. Todos ainda falavam dele. Era impressionante como a imprensa pode ser maldosa quando qualquer pessoa fala algo que não deveria.

Sua noite de sono foi pontuada por diversos pesadelos, onde aparecia o cadáver de Blissey e em seguida o seu, com apenas um golpe cortante no pescoço...

E logo na manhã seguinte ele entenderia porquê as celebridades reclamam tanto dos paparazzi: logo quando ele abriu os olhos, percebeu que a cortina não estava completamente fechada, havia uma fresta de uns três centímetros que fornecia uma visão razoável do lado externo da propriedade do coronel. E por essa fresta entravam repetidos e desagradáveis flashes, provenientes da câmera de um daqueles repórteres desagradáveis. Era um desajeitado Hariyama, com aquela Lopunny da rede de TV que não parava de falar sobre ele. Aparentemente a Lopunny era a chefe do fotógrafo, e estava preparando uma reportagem sobre a rotina do coronel.

Ele saltou da cama, abriu a janela e jogou o despertador na testa do Hariyama. Em seguida acertou um Flamethrower na Lopunny, que nem teve tempo para reagir.

Em seguida usou o Lava Plume ao redor dos repórteres, para impedir que eles fugissem. Ao sair para onde os dois estavam, o Typhlosion estava com um enorme sorriso no rosto.

- Ora, ora - disse ele, antes de soltar um enorme bocejo, o que diminuiu seu aspecto durão. - Quem imaginaria... A ousadia de vocês é tanta... Eu sou policial, vocês não sabiam? Eu posso chamar três ou quatro guardas da delegacia agora mesmo para prender vocês por invasão, já que pularam os portões da minha casa para chegar até aqui...

- Não, por favor, coronel! - choramingou a Lopunny - Nós só queríamos uma palavrinha sua!

- É, eu juro que não queríamos filmar toda a sua rotina para publicar no primeiro programa sensacionalista de TV que encontrássemos na nossa emissora!

- Cale a boca, Hariyama! - exclamou a repórter.

- Tudo bem. - falou Typhlosion - Vou contar até três para vocês saírem daqui.

- Mas... Como?

- Não interessa! 1... 2...

Lopunny tentou congelar o Lava Plume com seu Ice Beam, mas não teve sucesso, então usou um enorme salto para não pisar na lava. O Hariyama teve que usar o Dig, pois seu salto não era tão potente.

- E vai ter que pagar o estrago no jardim! - gritou o coronel, enquanto pegava o despertador no chão gramado do quintal.

Mais um problema para Typhlosion: ele teria de dar um jeito para aquela lava sumir dali. Desanimado, o coronel pegou a mangueira num canto do jardim: seria um longo trabalho...

Uma hora depois, quando toda a lava deveria estar vagando pelos esgotos da cidade (talvez corroendo os esgotos, sendo mais preciso) o coronel estava atrasado para o trabalho. Tivera que empurrar toda a lava (que não era pouca) até um daqueles buracos na rua que levavam até o esgoto local. Ainda tinha que tomar banho, o café da manhã e se arrumar.

Quando chegou ao trabalho, eram 09h15min. Uma hora e quinze mais tarde que costumava chegar. Pachirisu e Garchomp o esperavam em sua sala, preocupados.

- Graças a Deus o senhor chegou, coronel! - exclamou Garchomp - A Pachirisu estava mais histérica que o normal, já queria ligar para você...

- Claro, senhor! - a Pachirisu estava muito nervosa, corria pela extensão da mesa de Typhlosion - Pensei que tivesse acontecido alguma coisa, senhor!

- Está bem, então... - a situação era realmente anormal, o coronel jamais chegara atrasado antes, mas era necessário voltar ao trabalho. - Garchomp, chame uns três soldados para cá. Vamos montar uma escolta policial para a Doutora Blissey.

- Como assim, escolta policial? - indagou Garchomp - Não é mais necessário, coronel.

- Como assim, major?

- O senhor não soube? - Pachirisu agitou-se mais ainda - O senhor não soube do que aconteceu hoje mais cedo, senhor?

- O que aconteceu agora? - cansou-se Typhlosion.

- O cadáver de Blissey foi encontrado às sete da manhã, coronel... - falou Garchomp.

- AAAAH, CARAMBA! - o coronel espalhou pelo chão, todos os papéis que estavam sobre sua mesa, e quase acabou derrubando Pachirisu, que teve de saltar para desviar da mão de Typhlosion - SERÁ QUE NADA PODE DAR CERTO NESSA PORCARIA DE INVESTIGAÇÃO? ONDE ENCONTRARAM O CORPO DELA? COMO ACONTECEU O CRIME? JÁ EXISTE ALGUM SUSPEITO? FALEM LOGO!

- Calma, senhor! - isso fez Typhlosion se irritar mais ainda. Como Pachirisu podia aconselhar alguém a ficar calmo? - Na casa dela, senhor! O crime aconteceu como os outros, e ninguém é considerado suspeito ainda, senhor!

- O que estamos esperando? - berrou Typhlosion - Vamos na casa dela, então!

O coronel exigiu que todos fossem na sua viatura. Quando chegaram à casa da Blissey, encontraram várias outras da mesma espécie da assassinada, todos do mesmo hospital. Toda a equipe médica de Waddle Town era composta de Blisseys, então a identificação delas era realmente complicada.

O cadáver da Blissey estava na sala de estar. O crime não era exatamente como os outros, pois o golpe que matara Blissey era nas costas: provavelmente ela fora surpreendida enquanto assistia televisão ou algo parecido.

O coronel se frustrou extremamente ao ver o cadáver. Ele teria, imediatamente, que convocar todos os suspeitos de volta: todos eles seriam presos, mesmo sem provas, já que naquele momento era a segurança pessoal do coronel que estava em risco.

Ele teria que chamar alguns soldados para escoltá-lo aonde ele fosse. E também deveria evitar saídas desnecessárias, e tentar voltar para casa antes do escurecer. Em ocasiões normais aquilo tudo poderia ser uma lista de recomendações para criancinhas inocentes, mas naquele caso era algo realmente sério: o chefe de polícia da cidade poderia estar correndo risco de vida.

- Vamos voltar para a delegacia, então... - disse o coronel, desanimado - Agora não há muito o que se fazer... A não ser montar uma escolta para mim e reconvocar os suspeitos...

Duas horas depois, Typhlosion, Pachirisu e Garchomp estavam na sala de reuniões. O coronel usara as últimas duas horas para pensar sobre o caso, o que estava ficando cada vez mais difícil.

Todos os outros policiais na delegacia estavam na sala, também. O velho Stantler, comandante dos subalternos na delegacia, presidia a reunião.

- Então está decidido... - a voz dele era arrastada e irritante - Os soldados Pikachu, Sneasel e Marshtomp vão escoltar o coronel para onde ele for, a não ser aqui dentro da delegacia...

- Reunião encerrada - sentenciou o coronel, antes de se levantar e se dirigir rapidamente ao seu escritório. Seu sono era imenso. O Stantler tinha um estranho talento para deixar as pessoas cansadas apenas com sua voz, parecendo um velho professor de história.

Porém o coronel não poderia descansar. Aquela era a hora de chamar os suspeitos de volta à delegacia.

Dez minutos depois ele esperava lá na sala de reconhecimento. Os sete suspeitos que ainda estavam soltos (Vespiquen estava presa, o que poderia ser um indício de sua inocência no caso) chegaram gradativamente. Nenhum deles parecia entender por que estava lá, até o coronel se pronunciar.

- Atenção: vocês serão presos graças à ocorrência de outro crime relacionado ao primeiro caso.

Era possível ver as expressões de indignação pelo vidro da sala, e muitos abriram a boca e seus lábios fizeram movimentos relacionados a palavras obscenas, porém o coronel não ouviu o que eles falaram.

- Guardas, prendam-nos. Quero ver quem vai cometer mais algum crime agora.

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Capítulo 10 - Investigando os Suspeitos



Se algum outro chefe de polícia falasse para Typhlosion, algum dia, que estava enfrentando um caso mais complicado que aquele, o coronel não acreditaria. O primeiro crime fora cometido há um tempo razoavelmente longo, e a investigação quase não progredira...
Na verdade, ela regredira. Aconteceram cinco homicídios, e nenhum fora nem remotamente desvendado...

- Quatro homicídios, senhor - corrigiu Garchomp, enquanto o coronel falava aquilo para ele - Toxicroak não está comprovadamente morto. Sem cadáver, não há crime.

- Mas todos os indícios apontam para isso, major - irritou-se Typhlosion - E... Onde está Pachirisu?

- Não vi a capitã hoje. Ela nem apareceu aqui pela delegacia...
Havia quase 24h que Typhlosion prendera os suspeitos. Havia quase 24h que estava andando sempre com escolta policial, não podia nem ir ao banheiro sem ninguém vigiando seus movimentos.
E além do mais, estava extremamente preocupado com Pachirisu. Onde a capitã fora? O que ela estava fazendo?

- Bom, Garchomp... - começou o coronel - Eu sei que devíamos ter feito isso há muito tempo, mas vamos investigar todos os suspeitos.

- Agora o senhor falou minha língua, coronel! Mas... Nós já não temos a ficha deles?

- Claro! - exclamou impacientemente o coronel - Mas quero levantar novamente, para refrescar a memória e as ideias...

- Tudo bem... - Garchomp mexeu num dos arquivos. - Muk. Podemos começar por esse?

- Tudo bem... Vamos ler.

"31 de Março de 1973, Prefeitura de Waddle Town
Preso por homicídio triplamente qualificado. Matou 17 pessoas.
Pena: 30 anos de regime fechado, a serem cumpridos até 31 de Março de 2003.
Ass.: Secretário de Estado
Chefe de Polícia."

- Hum... Esse é difícil de analisar... - O coronel se sentou na cadeira que pertencia a Pachirisu a bateu a cabeça na mesa - Ele se converteu ao cristianismo na cadeia, e agora é extremamente religioso... Acho que podemos descartá-lo...

- Humph... - rosnou o major - Nunca acreditei nesses bandidos que se "convertem" na cadeia... Certo, desse Machamp agora...

"17 de Dezembro de 1995, Prefeitura de Waddle Town
Preso por sequestrar sete crianças.
Pena: 12 anos de regime fechado, a serem cumpridos até 17 de Dezembro de 2007.
Ass.: Secretário de Estado
Chefe de Polícia."

- Ah, campeão de luta livre... E comete sequestro? Realmente estranho...

- Não podemos descartá-lo, coronel. - falou Garchomp - Afinal, já cometeu crimes contra crianças, e não podemos nos esquecer de que uma criança foi assassinada...

- OK, a ficha dos três irmãos agora.

Nas três fichas, a mesma coisa estava escrita:

"7 de Agosto de 2006, Prefeitura de Waddle Town
Acusado de quinze assassinatos em série, ocorridos em Waddle Town.
Proposta de pena: 30 anos de regime fechado.
Liberado por falta de provas.
Ass.: Secretário de Estado
Chefe de Polícia."

- Hum... - raciocinou Typhlosion - Liberados por falta de provas... Isso pode significar que eles acreditam na impunidade... Que podem fazer essas atrocidades novamente sem castigo...

- Potenciais suspeitos, eu imagino, coronel?

- Sim, mas faltam esses dois...

As fichas de Ursaring e Hariyama eram iguais, também:

"28 de Fevereiro de 1998, Prefeitura de Waddle Town
Preso por agressão contra oito cidadãos inocentes.
Preso preventivamente, liberado 72 horas depois
Ass.: Secretário de Estado
Chefe de Polícia."

- Hum... - o major estava raciocinando antes do coronel daquela vez - Prisão preventiva... Não acredito que sejam muito brutais, só foram presos uma vez. Vai liberá-los, coronel?

- Não vou liberar ninguém - disse Typhlosion, decidido - Mas acho que os dois não têm nada a ver com o caso mesmo...

- Tudo bem, e o que vamos fazer enquanto esperamos Pachirisu?

- Sei lá... Vamos almoçar?

Os dois rumaram ao restaurante mais próximo, já que a delegacia não tinha refeitório. Porém, no meio do caminho, algo os surpreendeu...
Pachirisu vinha correndo em direção aos dois, mais rápida que os carros pela rua. Ao chegar estava ofegante.

- Senhor, senhor! O senhor precisa ver!

- O que é agora, Pachirisu? - perguntou o coronel, amedrontado e irritado ao mesmo tempo.

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