Como funciona o poder no mundo Pokémon?
Citação de Gabriela Ascioli em 13/01/2021, 18:47Vocês já pararam pra pensar em quem rege o mundo Pokémon? Quero dizer, além da cachola da produção. Dentro da lore dos monstrinhos de bolso, num mundo sem presidentes ou reis, quem é o responsável por definir as leis, gerenciar os recursos, e fazer toda aquela burocracia política que a gente costuma ver no nosso mundo? E como mais ou menos isso tudo deve funcionar? Vem saber agora.
Antes de começar, queria que se possível vocês dessem uma passada no meu canal depois de ler. Quase sempre tem conteúdos como esse por lá! Se quiser dar uma olhada, é só clicar aqui.
Aliás, é muito importante ressaltar que esse texto não tem qualquer intenção de valorizar um lado político A, B ou C. Já adianto que é uma boa nem continuar lendo se você for sensível com política. Dados os devidos avisos, vamos começar de vez com isso. Algo que é quase uma lei no mundo Pokémon é a presença de uma empresa gigante em cada região. E onde dinheiro é poder, são justamente essas empresas quem supostamente "mandam no rolê". As exceções da lista são Unova, Kalos e Alola.
"Multirregionais"
É necessário citar aqui a influência das “gigantes” do mundo Pokémon. Em Kanto, temos a Silph Company. Com sede em Saffron, a empresa tem várias aparições durante o período da primeira geração. A empresa é tão importante que foi o local que representou a própria franquia de Pokémon no primeiro Super Smash Bros., lançado ainda em 1999.
A Silph é responsável por praticamente sustentar a manutenção da prática da captura e treinos de Pokémon modernos. Dentro da realidade de Pokémon, é praticamente inimaginável pensar em um mundo onde a empresa não exista. Afinal, ela é quem fabrica as várias Pokébolas, Potions, e muitos outros itens na jornada de um treinador.
Partindo do princípio dos próprios jogos onde ter um Pokémon é sinônimo de poder, a Silph é quem detêm o "poder desse poder". Ou seja, tá exatamente aí o primeiro indício de privatização no mundo Pokémon. Com a influência necessária para manter o poder sobre Kanto e Johto (o que por tabela faz a empresa ser uma espécie de multinacional), ela acaba se tornando o próprio órgão regulador sobre a população, que depende de pagar diretamente a ela para manter o mínimo necessário de regalias. É claro, se em alguma hora rolasse um boicote da maior parte dessas duas regiões, a Silph perderia a sua força. Mas isso significaria voltar a um nível de vida tão simples quanto antes da invenção das Pokébolas. É um tipo de relação que se um lado perde, o outro acaba saindo no prejuízo também.
A força da filantropia
Em Galar, dá pra se ver um nível mais avançado desse formato de governo. Se você já jogou Sword e Shield, certamente deve ter percebido a influência que a Macro Cosmos exerce sobre a região. A maioria avassaladora dos itens é fabricada pelas várias vertentes da empresa. Não fosse suficiente, o controle do Rose sob a região se estende até para funções essenciais, como a segurança e a saúde.
Pra manter a roda funcionando, foram implementados os PokéJobs, onde seus Pokémon trabalham para a própria Macro Cosmos, em troca de tudo quanto é item com baixo valor de venda. E como manter a população de Galar conivente com isso sem reclamar? Simples. Financie a maior paixão das massas, ou seja, a Liga de Galar. Nem o cartola inglês da revolução industrial mais ganancioso teria uma ideia dessas. Mantendo a imagem de “o povo trabalha para o povo”, o Chairman Rose tem poder suficiente para mandar e desmandar na região de acordo com a sua vontade. O resultado disso, quem jogou já viu: Galar quase se torna pó com a influência de Eternatus.
O "Parlamento" Pokémon
Em Unova, não temos necessariamente apenas uma empresa que detém o poder regional, e sim um coletivo, possivelmente das mais ricas. Em teoria, esse grupo de empresas financia os custos da região, e mantém a Liga ativa. Na prática, esse seria o mais próximo de uma democracia que daria pra encontrar no mundo Pokémon, uma vez que a distribuição do poder é compartilhada por um grupo de pessoas. E nesse cenário, a população teria certo poder – ainda que indireto – para escolher os seus representantes. Caso não goste das atitudes de uma empresa, o povo pode levá-la a falência, ou diminuir seus lucros o suficiente para tirá-la do coletivo. E na regra do capitalismo, onde alguém perde, sempre tem outro que ganha. A corporação seria naturalmente substituída, e para se manter, teria que agradar ao povo.
Poder à Brasileira
Agora em Hoenn que a situação chega a outro patamar. Um quase consenso entre a maioria dos fãs é que no mundo Pokémon, o Campeão é quem exerce a autoridade sobre uma região. Junte esse poder a uma empresa e você passa na mesma hora a ser a única força de um local. E é justamente em Hoenn que isso acontece. E é lá onde o filho do presidente da principal empresa tem o título máximo da região.
Por lá, a Devon Corporation já é a empresa mais influente da região. Com sede em Rustboro, não seria exagero dizer que ela faz frente ao monopólio da Silph, uma vez que ambas tem o mesmo público alvo. Os braços de exploração da Devon se estendem a mais ramos também. Ao invés de simplesmente produzir itens para a manutenção de Pokémon, a empresa também se dedica em reviver espécies.
É simplesmente uma estratégia genial, uma vez que esses Pokémon revividos cedo ou tarde vão pra mão de algum treinador, que por tabela vai ter que gastar com o próprios produtos da Devon. Com esse ramo já garantido, resta a Steven ocupar a cadeira magna de Hoenn, e garantir o poder máximo da empresa na região. Mesmo com todo esse poder, a empresa acabou falhando quando Hoenn quase sumiu pela ação de Groudon e Kyogre, diretamente causados por organizações de poder paralelo. Dar cargos influentes a familiares e deixar a região a própria sorte. Mais brasileiro, impossível.
E como tudo é de graça?
Aí que vem outra dúvida. Num mundo onde não existe um sistema organizado de governo, quem é o responsável por sustentar as instituições essenciais, como hospitais, a polícia, o corpo de bombeiros, etc.?
A resposta é algo muito realista, e que por sinal já acontece no nosso mundo. A própria empresa. Com o capital acumulado totalmente pra si, as corporações do mundo Pokémon podem financiar os serviços básicos para a população.
A efeito de comparação, vamos pegar um exemplo do nosso próprio mundo real. Mais precisamente do próprio Brasil. Por aqui temos o SUS, que garante ao povo acesso a saúde gratuita. Só que na prática essa gratuidade só é possível porque a própria população já paga os impostos, na forma de produtos. São esses impostos que garantem outras vantagens, como o passe livre e a educação pública, por exemplo. É uma espécie de "seguro coletivo". Todo mundo paga, e quando alguém precisar, já tá ali de graça. O mesmo vale para o mundo Pokémon. No caso, os hospitais seriam os Centros Pokémon.
Já parou pra pensar como que você nunca paga pela reabilitação da sua equipe? A verdade é que na prática ela já foi paga quando você comprou algum item para recuperar seu time. Uma parcela do dinheiro sustenta os custos que uma ida ao Centro teria. O sistema é visto pela população como uma espécie de atitude “filantrópica” por parte da empresa, ou seja, que abre mão dos custos em troca de uma causa nobre. O que acontece é que isso finca ainda mais o poder de uma empresa em uma região, uma vez que se ela entrar em falência, os Centros passariam a ser pagos, uma vez que não haveria mais ninguém para sustentar ele.
"Sou Ryca!"
Mesmo depois disso, uma questão ainda não foi derrubada. Nas regiões de Sinnoh e Alola, não existe exatamente uma corporação grande o suficiente para deter o poder, e o coletivo de empresas não teria caixa para sustentar a região completa. Nesses casos entram a parte mais teórica.
Apesar de não ocorrer com tanta frequência, ainda é uma possibilidade a ser levada em conta. O posto de Campeão, como já dito aqui, também exerce parte da influência sob uma região. E é em Sinnoh que temos a ocupante mais influente desse posto, no caso, Cynthia. Entrando em uma parte mais teórica, ela seria uma espécie de socialite, ou seja, detêm a grande parte do lucro da região.
Já Alola não tem um Campeão tradicional. E é aí que entra em cena a parte “filantrópica” do comando. Por lá temos Lusamine, responsável pela Aether Foundation. Mesmo que ela não seja necessariamente uma empresa, dá pra saber que o poder financeiro dela é grande. A maior prova disso é o fato de que uma mega base flutuante (também conhecida como Aether Paradise) não custa tão barato assim. Esse lucro expansivo em termos é o que banca a manutenção dos serviços essenciais da população.
Enfim, é isso. Essa aqui é só uma teoria, não precisa levar necessariamente nada daqui a sério. Essa é uma das diversas hipóteses possíveis sobre o funcionamento da economia do mundo Pokémon em si. E vocês, o que acham? Seria realmente esse o sistema de governo do mundo Pokémon? O que pagaria a gratuidade dos Centros? Comenta aqui. Até mais!
Vocês já pararam pra pensar em quem rege o mundo Pokémon? Quero dizer, além da cachola da produção. Dentro da lore dos monstrinhos de bolso, num mundo sem presidentes ou reis, quem é o responsável por definir as leis, gerenciar os recursos, e fazer toda aquela burocracia política que a gente costuma ver no nosso mundo? E como mais ou menos isso tudo deve funcionar? Vem saber agora.
Antes de começar, queria que se possível vocês dessem uma passada no meu canal depois de ler. Quase sempre tem conteúdos como esse por lá! Se quiser dar uma olhada, é só clicar aqui.
Aliás, é muito importante ressaltar que esse texto não tem qualquer intenção de valorizar um lado político A, B ou C. Já adianto que é uma boa nem continuar lendo se você for sensível com política. Dados os devidos avisos, vamos começar de vez com isso. Algo que é quase uma lei no mundo Pokémon é a presença de uma empresa gigante em cada região. E onde dinheiro é poder, são justamente essas empresas quem supostamente "mandam no rolê". As exceções da lista são Unova, Kalos e Alola.
"Multirregionais"
É necessário citar aqui a influência das “gigantes” do mundo Pokémon. Em Kanto, temos a Silph Company. Com sede em Saffron, a empresa tem várias aparições durante o período da primeira geração. A empresa é tão importante que foi o local que representou a própria franquia de Pokémon no primeiro Super Smash Bros., lançado ainda em 1999.
A Silph é responsável por praticamente sustentar a manutenção da prática da captura e treinos de Pokémon modernos. Dentro da realidade de Pokémon, é praticamente inimaginável pensar em um mundo onde a empresa não exista. Afinal, ela é quem fabrica as várias Pokébolas, Potions, e muitos outros itens na jornada de um treinador.
Partindo do princípio dos próprios jogos onde ter um Pokémon é sinônimo de poder, a Silph é quem detêm o "poder desse poder". Ou seja, tá exatamente aí o primeiro indício de privatização no mundo Pokémon. Com a influência necessária para manter o poder sobre Kanto e Johto (o que por tabela faz a empresa ser uma espécie de multinacional), ela acaba se tornando o próprio órgão regulador sobre a população, que depende de pagar diretamente a ela para manter o mínimo necessário de regalias. É claro, se em alguma hora rolasse um boicote da maior parte dessas duas regiões, a Silph perderia a sua força. Mas isso significaria voltar a um nível de vida tão simples quanto antes da invenção das Pokébolas. É um tipo de relação que se um lado perde, o outro acaba saindo no prejuízo também.
A força da filantropia
Em Galar, dá pra se ver um nível mais avançado desse formato de governo. Se você já jogou Sword e Shield, certamente deve ter percebido a influência que a Macro Cosmos exerce sobre a região. A maioria avassaladora dos itens é fabricada pelas várias vertentes da empresa. Não fosse suficiente, o controle do Rose sob a região se estende até para funções essenciais, como a segurança e a saúde.
Pra manter a roda funcionando, foram implementados os PokéJobs, onde seus Pokémon trabalham para a própria Macro Cosmos, em troca de tudo quanto é item com baixo valor de venda. E como manter a população de Galar conivente com isso sem reclamar? Simples. Financie a maior paixão das massas, ou seja, a Liga de Galar. Nem o cartola inglês da revolução industrial mais ganancioso teria uma ideia dessas. Mantendo a imagem de “o povo trabalha para o povo”, o Chairman Rose tem poder suficiente para mandar e desmandar na região de acordo com a sua vontade. O resultado disso, quem jogou já viu: Galar quase se torna pó com a influência de Eternatus.
O "Parlamento" Pokémon
Em Unova, não temos necessariamente apenas uma empresa que detém o poder regional, e sim um coletivo, possivelmente das mais ricas. Em teoria, esse grupo de empresas financia os custos da região, e mantém a Liga ativa. Na prática, esse seria o mais próximo de uma democracia que daria pra encontrar no mundo Pokémon, uma vez que a distribuição do poder é compartilhada por um grupo de pessoas. E nesse cenário, a população teria certo poder – ainda que indireto – para escolher os seus representantes. Caso não goste das atitudes de uma empresa, o povo pode levá-la a falência, ou diminuir seus lucros o suficiente para tirá-la do coletivo. E na regra do capitalismo, onde alguém perde, sempre tem outro que ganha. A corporação seria naturalmente substituída, e para se manter, teria que agradar ao povo.
Poder à Brasileira
Agora em Hoenn que a situação chega a outro patamar. Um quase consenso entre a maioria dos fãs é que no mundo Pokémon, o Campeão é quem exerce a autoridade sobre uma região. Junte esse poder a uma empresa e você passa na mesma hora a ser a única força de um local. E é justamente em Hoenn que isso acontece. E é lá onde o filho do presidente da principal empresa tem o título máximo da região.
Por lá, a Devon Corporation já é a empresa mais influente da região. Com sede em Rustboro, não seria exagero dizer que ela faz frente ao monopólio da Silph, uma vez que ambas tem o mesmo público alvo. Os braços de exploração da Devon se estendem a mais ramos também. Ao invés de simplesmente produzir itens para a manutenção de Pokémon, a empresa também se dedica em reviver espécies.
É simplesmente uma estratégia genial, uma vez que esses Pokémon revividos cedo ou tarde vão pra mão de algum treinador, que por tabela vai ter que gastar com o próprios produtos da Devon. Com esse ramo já garantido, resta a Steven ocupar a cadeira magna de Hoenn, e garantir o poder máximo da empresa na região. Mesmo com todo esse poder, a empresa acabou falhando quando Hoenn quase sumiu pela ação de Groudon e Kyogre, diretamente causados por organizações de poder paralelo. Dar cargos influentes a familiares e deixar a região a própria sorte. Mais brasileiro, impossível.
E como tudo é de graça?
Aí que vem outra dúvida. Num mundo onde não existe um sistema organizado de governo, quem é o responsável por sustentar as instituições essenciais, como hospitais, a polícia, o corpo de bombeiros, etc.?
A resposta é algo muito realista, e que por sinal já acontece no nosso mundo. A própria empresa. Com o capital acumulado totalmente pra si, as corporações do mundo Pokémon podem financiar os serviços básicos para a população.
A efeito de comparação, vamos pegar um exemplo do nosso próprio mundo real. Mais precisamente do próprio Brasil. Por aqui temos o SUS, que garante ao povo acesso a saúde gratuita. Só que na prática essa gratuidade só é possível porque a própria população já paga os impostos, na forma de produtos. São esses impostos que garantem outras vantagens, como o passe livre e a educação pública, por exemplo. É uma espécie de "seguro coletivo". Todo mundo paga, e quando alguém precisar, já tá ali de graça. O mesmo vale para o mundo Pokémon. No caso, os hospitais seriam os Centros Pokémon.
Já parou pra pensar como que você nunca paga pela reabilitação da sua equipe? A verdade é que na prática ela já foi paga quando você comprou algum item para recuperar seu time. Uma parcela do dinheiro sustenta os custos que uma ida ao Centro teria. O sistema é visto pela população como uma espécie de atitude “filantrópica” por parte da empresa, ou seja, que abre mão dos custos em troca de uma causa nobre. O que acontece é que isso finca ainda mais o poder de uma empresa em uma região, uma vez que se ela entrar em falência, os Centros passariam a ser pagos, uma vez que não haveria mais ninguém para sustentar ele.
"Sou Ryca!"
Mesmo depois disso, uma questão ainda não foi derrubada. Nas regiões de Sinnoh e Alola, não existe exatamente uma corporação grande o suficiente para deter o poder, e o coletivo de empresas não teria caixa para sustentar a região completa. Nesses casos entram a parte mais teórica.
Apesar de não ocorrer com tanta frequência, ainda é uma possibilidade a ser levada em conta. O posto de Campeão, como já dito aqui, também exerce parte da influência sob uma região. E é em Sinnoh que temos a ocupante mais influente desse posto, no caso, Cynthia. Entrando em uma parte mais teórica, ela seria uma espécie de socialite, ou seja, detêm a grande parte do lucro da região.
Já Alola não tem um Campeão tradicional. E é aí que entra em cena a parte “filantrópica” do comando. Por lá temos Lusamine, responsável pela Aether Foundation. Mesmo que ela não seja necessariamente uma empresa, dá pra saber que o poder financeiro dela é grande. A maior prova disso é o fato de que uma mega base flutuante (também conhecida como Aether Paradise) não custa tão barato assim. Esse lucro expansivo em termos é o que banca a manutenção dos serviços essenciais da população.
Enfim, é isso. Essa aqui é só uma teoria, não precisa levar necessariamente nada daqui a sério. Essa é uma das diversas hipóteses possíveis sobre o funcionamento da economia do mundo Pokémon em si. E vocês, o que acham? Seria realmente esse o sistema de governo do mundo Pokémon? O que pagaria a gratuidade dos Centros? Comenta aqui. Até mais!
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