Entrevista com Junichi Masuda, o diretor dos jogos Pokémon!

(Tempo de Leitura: 3 minutos)

E aí seus come-dorme, tudo bão? Ansiosos para os novos jogos? Comendo muita verdura? Participando da campanha para trazer PokéAdv para o Brasil? Espero que sim!

 

Então, nosso amigo Heart (ou Haato se você for mais ~íntimo~) nos disponibilizou essa entrevista com o atual diretor dos jogos Pokémon, Junichi Masuda. A entrevista foi feita por Enami, da Nintendo Dream, no dia 2 de maio. A Tradução ficou por conta do Netto-kun e a revisão foi pelo próprio Heart. Nessa entrevista, o diretor dos jogos controu mais sobre como ingressou em sua carreira e também falou algumas curiosidades sobre os primeiros jogos da série. Bem interessante e divertida de ler. Não se esqueçam de comentar o que acharam, hein?

 

(Junichi em toda a sua… simpatia)

 

Primeiro Tópico:

 

– Enami (entrevistador):  O que causou o grande sucesso de Pokémon?

Masuda:  Saiu o card game, foi adaptado para mangá e até começou a passar o anime na TV. Me lembro de uma reunião que fizemos para definir “Qual o Pokémon que terá a habilidade da fala no anime?”. E até começaram a fazer filmes… Ou seja, o que causou tanto sucesso foi a expansão de mídias. Depois disso chegamos até o estágio de termos salários fixos todo mês (risos).

Enami (entrevistador): Estamos fazendo camisetas das versões Blue e Yellow devido ao sucesso de vendas das camisetas Red e Green.

Masuda: Originalmente, a versão Blue era para ser uma edição limitada. Na época, já havíamos planejado a distribuição do Pokémon ilusório “Mew” e deveria ser só para 20 escolhidos, mas haviam cerca de 78000 inscrições. Era esse o nível de popularidade que tínhamos. Assim, decidimos que a versão Blue seria uma edição normal. Já a versão Yellow foi feita para passar um clima semelhante ao do anime. Fui eu que programei a voz do Pikachu nessa versão.

– Enami (entrevistador): Aquela voz que realmente fala “Pikachu!”?

– Masuda: Programei o “click noise” em forma de onda, fazendo parecer que é uma voz. Tínhamos feito a mesma coisa no puzzle “Yoshi” que fizemos para o NES.

– Enami (entrevistador): Nos dias de hoje é bastante comum gravar vozes para jogos, mas conseguir fazer sons semelhantes a vozes no NES e no Game Boy é um feito incrível. Vocês devem ter ficado muito felizes quando conseguiram, né? (risos)

 

Segundo Tópico:

 

– Enami (entrevistador): Quais são os jogos que você considera mais memoráveis?

– Masuda: Eu fui uma criança que vivia perdendo dinheiro no arcade. Eu não ligava muito, acho que porque, como criança que era, não sabia muito bem o valor do dinheiro. Joguei muito Pacman e jogos do tipo Invaders… Ah, e quando era adolescente, eu era viciado em Star Force.

Enami (entrevistador): Você não jogava RPGs?

– Masuda: Já fui louco por Dragon Quest, como você talvez tenha imaginado. No dia do lançamento do II, eu faltei à aula da escola técnica e fiquei na fila desde manhã cedo. Mas também adoro jogos de tiro, cheguei ao ponto de comprar a máquina de R-Type pra jogar em casa.

– Enami (entrevistador): Então você gostava dos arcades de tiro, não é?! Eu tinha uma máquina do Nintendo VS. em casa (risos).

 

Terceiro Tópico:

 

– Enami (entrevistador): O que fez você entrar para a indústria de jogos de verdade?

– Masuda: Quando eu fazia escola técnica, eu estava em dúvida se seguiria pelo lado da música ou de desenho. Foi exatamente nessa época que o Tajiri (Satoshi Tajiri, atual CEO da Game Freak) estava criando Mendel Palace e queria alguém para compor músicas para o jogo. Eu ajudei com as músicas que já tinha escrito. Nessa época, nem passava pela minha cabeça entrar para a Game Freak. Eu simplesmente estava lá ajudando meu amigo. Quando me formei na escola técnica, trabalhei como salaryman durante um ano.

– Enami (entrevistador): Como foi essa experiência?

– Masuda: Eu criei um enorme sistema para um banco, como programador, mas não tinha interesse no meu trabalho. “Era muito mais divertido programar jogos sozinho nos tempos de Ensino Médio!”, era o que eu pensava. Quando Mendel Palace ficou completo, a Game Freak se tornou uma empresa. Acabou que eu entrei também. Eu nem conversei com meus pais sobre a saída do emprego como salaryman, aí depois tive que ouvir muitos sermões (risos).

Danilo Takagi

Desde criança gosto de tecnologia e jogos 2D. Conheci o anime de Pokémon em 1999, e os jogos um ano depois (versão Gold). Desde então amo Chikorita e outros pokémon tipo grass. Ajudo a Mythology desde a criação em 2004 e um ano depois comecei a ajudar a publicar notícias. Hoje sou webmaster ao lado do Robert.